Review: Phillip Phillips surpreende com seu country maduro em “The World from the Side of the Moon”
por Amanda Prates
Se você pretende
ouvir The World from the Side of the Moon,
tenha em mente antes que este não é um álbum pop e Phillip Phillips não almeja
o rótulo de pop star. O que você encontrará
é um trabalho um tanto incomum aos dos antigos american idols, talvez um dos melhores, e a prova de que o rapaz
não quer ser mais um artista descartável da máquina de música pop. Longe de Kelly
Clarkson, Jordin Sparks, David Cook e Kris Allen, o norte-americano de 22 anos,
vencedor da última temporada do reality show comandado por Mariah Carey e cia, é
amante do folk-rock, do country e do pop rock e possui um timbre que logo me faz
lembrar Bruce Springsteen. E antes que você torça seu nariz, este não é um
daqueles discos country chatos, melancólicos e sombrios de ponta a ponta. Seu
álbum de estreia é recheado de ótimas baladas, letras inspiradoras e melodias
cativantes, como se fossem misturas de tudo o que há de bom da música, e
influência clara de Dave Matthews e Jonny Lang, por exemplo.
Com “I watch the
world from a side of the moon/Looking at the stars, looking back to you” Phillips abre o disco em “Man On The Moon”, essencialmente country e
com instrumentos típicos como o banjo, que já logo te surpreende pelo incrível
timbre do rapaz. A popular “Home” continua atingindo as primeiras
posições em importantes charts e até ganhou cover no oitavo episódio da atual
temporada de Glee. Ela é uma daquelas canções típicas a Bruce Springsteen, com
banjos, guitarras e coros em um exagero certeiro e uma mensagem madura e
patriota. “Gone, Gone, Gone”, anunciada recentemente como segundo single, se
destaca em meio as 12 faixas e parece ter as mesmas fórmulas de sucesso de sua
anterior. A melodia de “Tell Me a Story” é doce e aumenta seu desejo de querer
continuar a ouvir o álbum até o fim, e declara “So don't believe in everything you see/Because what you want might not
be what you need”.
Enquanto
“Get Up Get Down” se diferencia das demais por sua agitação pop rock, “Wanted
Is Love” incorpora a essência rock’n’roll e mostra um lado sombrio. A batida de
“Cant’ Go Wrong” se assemelha às primeiras canções, mas com refrão que gruda
facilmente “I can't go wrong/ As long as I remember where I'm from”. E a faixa mais
amor fecha o disco, “So Easy”, essencialmente soft folk e de refrão simples,
clichete e apaixonado, “You make it so,
you make it so, you make it so easy”. Na edição deluxe aparecem “Hazel”,
“Wicked Game”, um cover da canção original de Chris Isaak e a versão ao vivo de
“Home”.
Mesmo o fato de seus
vocais permanecerem constantes em grande parte das composições, Phillips está
perdoado, pois, aparentemente, isso não soa como um problema para os meus
ouvidos. The World From the Side of the
Moon possui todos os elementos de um ótimo álbum, já que recebeu uma
recepção significativa com o 4º lugar na Billboard 200, mas o próximo desafio do
rapaz é se desprender gradualmente do rótulo de ex-participante de um reality show que lhe foi dado. Apesar das
comparações com Dave Matthews, suas características soam como algo natural e nada imitador, transmitindo certa
maturidade em suas letras e deixando vislumbrar seu lado íntimo no álbum,
capaz de te fazer parar e se perguntar se este tenha realmente saído de um
produto do American Idol.
*****(5/5)
The World from the Side of the Moon, Phillip Phillips
Lançamento:
19 de novembro de 2012
Produção: Drew
Pearson, Gregg Wattenberg
Gravadora/Selo: Entertainment/Interscope Records
Duração:
45min