Os (nossos) melhores discos de 2013


2013 prometia o retorno das divas. De Gaga a Beyoncé, passando por Britney Spears e Avril Lavigne. Mas trouxe também surpresas que agitaram as paradas musicais em todo mundo. De Ariana Grande a Lorde. E até daqueles que não tinham crédito algum.

Há quem diga que Beyoncé zerou o ano com seu álbum autointitulado lançado de surpresa numa madrugada deste mês. Outros defendem com unhas e dentes que 2013 foi o ano para Lady Gaga com seu ARTPOP. Dessa vez, resolvemos fazer diferente. Nós, equipe de música do O Que Vi Por Aí, apostamos nos nossos próprios clássicos do ano. Por meio de um top 05, elencamos aqueles discos que ficaram por horas no repeat, que nos marcaram de alguma forma indiscutível, ou que não passam de guilty pleasure.

É importantíssimo ressaltar que essa não é uma lista d'os melhores álbuns do ano. Na verdade, é, sim, mas os NOSSOS melhores álbuns. Por isso, imparcialidade pegou suas malas e partiu pra longe daqui. Enjoy! :)


5º - Night Time, My Time (Sky Ferreira)

(Night Time My Time, Capitol Records, 2013)
Há muito, Sky Ferreira vinha formando e modelando as bases de seu debut álbum para engatar de uma vez por todas a tão palpável estreia oficial e triunfal. A aura melancólica e a lírica sombria da moça se fundiram num pacto sobrenatural e o resultado foi o Night Time, My Time. Movimentado essencialmente pela solidão – que começa a exalar pro ouvinte a partir da capa –, o disco mistura sensações diferentes de torpor, até mesmo em canções com batidas mais agitadas como Boys e I Blame Myself, e o carrega para os ambientes mais sombrios da alma humana.   Se em 24 hours o eu-lírico tenta fugir das amarras de um romance limitado, em Nobody Asked Me, a cantora grita “Nobody asked me if I was ok” e parece confirmar toda a construção e musicalidade proposta pro disco. You’re not the one é o direcionamento para o pop autêntico e evidente para o qual Ferreira também se apontou.

Entre o pop obscuro e os sintetizadores abertos, cada faixa parece estar intimamente ligada ao pop dos anos 80, sem o compromisso de ser esse um simples aspecto estético. Night Time, My Time é uma obra mais-que-coesa em sua totalidade e o primeiro reflexo fixo do propósito inovador a que Ferreira se destinou.


4º - Girl Who Got Away (Dido)

(Girl Who Got Away, RCA Records, 46:07)
Dido é, senão a maior, uma das poucas cantoras que conseguem reunir um turbilhão de sentimentos nas faixas de um disco e, num certo momento, até misturar uma parcela deles e fazer o ouvinte surpreender-se com sua própria postura durante a audição. Toda sua docilidade, força e inspirações estão ordenadas harmonicamente no seu último Girl Who Got Away, um disco em que pop, folk e eletrônica se juntam ao lirismo mais sincero para encabeçar as listas das melhores produções do ano. A moça retorna ao seu passado glorioso com ousadia, mas se desvencilha um pouco do ambiente acústico dos outros trabalhos. “No love without freedom, no love without freedom”, clama Dido na canção que por si só poderia zerar o álbum, se a faixa-título não viesse logo em seguida só para confirmar o triunfo da cantora. End of night e Go Dreaming são dois belos exemplos da audácia da cantora ao passear pelo eletrônico sem deixar-se capotar pelo despenhadeiro do risco que é trabalhar com batidas eletrônicas num álbum que não tem o propósito de ser um disco dançante. Day Before We Went to War fecha o disco com sua harmonia simples e poética que, se juntando à letra, mostra que Dido sabe bem como construir imagens através de suas canções.

Em Girl Who Got Away, Dido foi tudo o que quis e até o que receava em ser. Numa época em que sair de uma zona de conforto pressupõe uma autodestruição, ousar passear por estradas arriscadas e sem perder a essência é mais do que um triunfo. E Dido o fez.


3º - The Blessed Unrest (Sara Bareilles)

(The Blessed Unrest, Epic Records, 50:35)
Todos os adjetivos mais amor da língua portuguesa ainda não seriam capazes de caracterizar o mais recente lançamento de Sara Bareilles. The Blessed Unrest é daqueles discos para se amar na primeira audição e ir elevando o nível conforme as inúmeras repetições, pra no final do dia (?), ser uma doce nostalgia. A moça te faz crer que o álbum será mais animado que Love Song com a energia contagiante de Bravevale até sair dançando no meio da rua, no restaurante, noshopping – para te mostrar que, antes de qualquer coisa, The Blessed Unrest celebra a saudade, os primeiros amores e a doce e melancólica ilusão. Manhattan é uma baladinha sustentada por um piano melódico e a voz doce de Sara, oscilando entre os graves e agudos. Em Little Black Dress, a moça brinca com os saxofones e as batidas constantes que querem arriscar em retomar o som do debut, Little Voice, mas não em sua totalidade. E assim segue o disco, oscilando entre rupturas e retomadas ao passado.

The Blessed Unrest é o retrato de Sara Bareilles experimentando coisas novas, mas seguindo em frente pelas ruas de Manhattan. Ela presenteia os fãs com sua doçura, letras bem trabalhadas e o piano da inocente Sara lá do Careful Confessions e Kaleidoscope Heart, mas não se distancia do que poderia tocar nas rádios. Um disco cíclico, porque não poderia ser outra coisa, e que te faz sair cantarolando meio mundo de seu repertório.

Destaques: Manhattan, 1000 Times, December 

2º - Native (OneRepublic)

(Native, Interscope Records, 46:44)
Pouquíssimos artistas conseguem permanecer fiéis ao seu som característico, enquanto evoluem por três, quatro ou mais anos de carreira. O OneRepublic é uma dessas pouquíssimas bandas que, além de manter-se fiel à sua essência pop-rock, consegue inovar a cada novo trabalho, passeando facilmente por outros estilos. Com o Native não foi diferente, pelo contrário, foi nele que Ryan Tedder e companhia fizeram o que só uma em cada dez bandas consegue fazer: reunir em catorze canções um pouco significativo de cada um dos dois antigos álbuns (Dreaming Out Loud e Waking Up) com maestria. Numa primeira audição, Native pode parecer uma das melhores coisas que você já ouviu do OneRepublic até então, mas quando seus ouvidos se acostumam às batidas pop-rock flertando com o folk (e até com o soul), o disco pode ir ao status de carreira-triunfal-da-banda-resumida-em-um-disco-e-a-melhor-fase-criativa-e-inovadora-de-Ryan-Tedder.

O álbum resgata a sonoridade pop-rock e ainda consegue flertar com o folk e soul e traz um OneRepublic mais pop do que nunca. Counting Stars é um pop bem animadinho e bem conceitual, que abre incrivelmente o disco e já define sua cara. Au Revoir, uma das canções que mais se destaca, conquista por sua abertura com uma belíssima orquestra e pelo clima de mistério na sonoridade embalada por um piano (sem contar os vocais extremamente suaves de Tedder). Outras como Preacher, Something I Need e Life in Color são tesouros que provam que a genialidade de seu vocalista não tem limites. Native é a prova concreta de que quatro anos de hiato não é capaz de abalar as estruturas da boa música. (review escrita originalmente para o nosso parceiro O Anagrama)

Destaques: Au Revoir, Preacher, Something I Need

1º - Too Weird to Live, Too Rare to Die (Panic! at the Disco)

(Too Weird to Live..., Decaydance Records, 32:32)
8 de outubro foi o dia em que o Panic! at the Disco zerou o ano e anulou todas as chances de qualquer álbum ser considerado o melhor do ano. Imparcialidade mandou lembranças calorosas. Too Weird to Live, Too Rare to Die é o tipo estranho e genial, doce e azedo, água e vinho, inocente e selvagem. O misto de extremos construídos genialmente por uma banda que saiu de uma zona para se riscar no fracasso. E foi o contrário. É um disco que acende a ânsia por ouvir cada detalhe, sem saltar uma faixa sequer. Batidas ritmadas, ora ordenadas, ora desesperadas, os vocais inconfundíveis de Brendon Urie, corais harmoniosos, aberturas incomuns sumarizam o disco.

This is Gospel faz jus ao título de primeira faixa para mostrar logo de cara a que veio o Panic! com esse disco. Miss Jackson vem em seguida com suas batidas maciças, corais ressonantes e efeitos que rementem a um cenário sombrio e de destruição. Se Girl That You Love perde o clima de celebração e o ritmo leve e iluminado de Vegas Lights, Nicotine os recupera e completa com todo seu sentimento de transgressão e rebeldia, transformando-na na que pode ser uma das melhores faixas do trabalho. A banda brinca em Girls/Girls/Boys sem quebrar a atmosfera desobediente da anterior, e cria imagens de jovens protagonizando uma bebedeira num fim de madrugada em qualquer lugar do mundo. Far too Young to Die é, sem medo, a melhor canção do disco. Costumo associá-la a um poema cheio de representações, metáforas e antíteses, só que com uma melodia ao fundo. São dela as batidas mais consistentes de todo o tracklist e a palavra-chave principal. Com seus 3:30 minutos que mais parecem 1:30, The End of the Things encerra o trabalho celebrando a efemeridade das coisas.

Um disco rápido cronologicamente e eterno psicologicamente. Uma celebração à efemeridade da vida, mas um alerta à dissipação inconsciente do curto tempo. 


5º - Yours Truly (Ariana Grande)

(Yours Truly, Republic Records, 46:28)
Ariana Grande entre os álbuns de maior destaque de 2013? Isso mesmo! Mesmo não tendo ganhado tanta repercussão nas premiações como “Artista Revelação” (Grammy errou feio), a compilação de músicas presente no Yours Truly merece, sim, seu reconhecimento.

A cantora que começou como atriz em séries infato-juvenis, apresentou esse ano sua faceta na música, e não é que ela se deu muito bem? Com faixas como Right There, Baby I, Better Left Unsaid e o carro-chefe The Way, ela conquistou nossos corações e garantiu um lugar na indústria musical. Comparações à parte com Mariah Carey, a voz e simplicidade que Ariana imprime em seus trabalhos transparece em sua personalidade e a torna aquela carinha meiga e adorável que nos encanta tão facilmente. É um álbum bom e bastante conciso em suas experiências (ingênua sim, boba nunca), atraindo um ritmo pop R&B que pode e deve dominar os charts futuros!


4º - Native (OneRepublic)

(Native, Interscope records, 46:44)
Tem mesmo alguém que saiba escrever e produzir músicas tão bem como Ryan Tedder? O cara é simplesmente um gênio quando se trata de unir uma melodia deliciosa a uma letra contagiante. Por trás de composições tão bem feitas (ele deu um jeito até nos agudos da Christina Aguilera em We Remain), OneRepublic não pode ficar do TOP 5 de álbuns de 2013.

O Native é tão gostoso de ouvir que realmente não tem nenhuma música que acaba te desagradando – mas tem aquelas que a gente tem uma quedinha maior. If I Lose Myself, What You Wanted, Something I Need e Preacher são apenas algumas das faixas que grudam na cabeça com seus refrões I-N-C-R-Í-V-E-I-S! Counting Stars é a grande maravilha do álbum, abusando de uma sistemática de ritmo impressionante, com variação de vocais (não tem como não gostar)! É um repertório para se ouvir, se identificar e sair cantando por aí (seja no chuveiro, na rua, no busão...). E o que dizer na capa? Uma das melhores do ano também.

Destaques: Counting Stars, If I Lose Myself, Something I Need

3º Beyoncé (Beyoncé)

(Beyoncé, Columbia Records, 66:35)
Tivemos pouco tempo para ouvir, mas já dá para amar! A atitude inovadora de Beyoncé em lançar um álbum inédito com 17 clipes do nada roubou a cena da música em 2013, mas de nada adiantaria se o repertório não fosse bom, certo? E não podia ser melhor! Temos aqui Bey de volta com seu ritmo pulsante do R&B em composições que podem até soar simples, mas muito engenhosas.

Beyoncé é tudo que pedimos diante de tantas farofadas que ainda vemos por aí – se bem que em 2013 tivemos uma bela desintoxicação. Tem como não cair de amores com Pretty Hurts? É, sem dúvidas, uma das melhores, mas são tantas boas que fica difícil escolher uma para chamar de sua. As petições vocais ~ fantasmagóricas ~ de Hunted, a viciante Drunk in Love, a deliciosa Blow, a inusitada Mine e a divertida XO. Por fim, sabemos que estamos ouvindo um dos melhores álbuns do ano por ser simplesmente aquilo que ele deve ser, sem exageros ou grandes revoluções. A ralé passa longe daqui!

Destaques: Pretty Hurts, Mine, XO

2º Pure Heroine (Lorde)

(Pure Heroine, Universal Music,  37:08)
Ela pode agradar ou não, precisar de produtos da Jequiti ou não, fazer uma de possuída no palco ou não e criticar, é claro, mas continua sendo uma das maiores descobertas da música em 2013 (menos um ponto para o Grammy em não indicá-la para “Artista Revelação”). Lorde apenas sucumbiu a todas as divas em todos os sentidos com suas músicas.

Pure Heroine está em 2º lugar porque realmente merece! As composições são ótimas e cheias de figuras de linguagem, só para destacar o intelecto de nossa lordezinha. Não somente de Royals ela vive, mas também de Team, Ribs, 400 Lux, Buzzcut Season e da mais que incrível Tennis Court – a música é só sua maior crítica a essa vidinhas falsas e infelizes. Detonando vidas com a primeira frase: “Don't you think that it's boring how people talk?”. Ela alcançou o topo da Billboard, mas suas músicas não foram feitas para agradar charts e sim para mentes que pensam (existem mais coisas entre nossa moral do que sonha nossa ética). Por isso, é um dos melhores repertórios (com 10 músicas), por não se render a mesmice ou a impetuosa desintegração rasa da música. É básico, inteligente e perspicaz com uma pitada de crítica malagueta!

Destaques: Tennis Court, Team, Royals

1º - The 20/20 Experience - The Complete Experience (Justin Timberlake)

(The 20/20 Experience, RCA Records, 70:02)
Dentre tantos retornos, o que mais abalou a continuidade do mundo da música foi, sem dúvidas, Justin Timberlake! Após seis anos afastado dos palcos, JT resolveu nos presentear não só com uma, mas sim com duas compilações de sua última investida na música. Ele trouxe de novo aquele frescor que tanto precisávamos para nossos ouvidos – corrompido pela generalização do dubstep.

The 20/20 Experience é realmente uma grata experiência (não visual como a de Beyoncé, mas do melhor bom gosto auditivo). Com faixas cada vez mais cativantes e um ritmo R&B digno dos anos 70-80, temos a impressão de estarmos viajando para o passado trazendo conosco todo o presente como uma junção do melhor das épocas. O primeiro volume pode ser mesmo a melhor das duas, contudo é impossível negar que uma complementa a outra. Suit & Tie , Tunnel Vision, Mirrors, Let the Groove Get In, Gimme What I Don’t Know (I Want), True Blood, Cabaret e Murder é tudo que nós pedimos e muito mais para ter essa essência, são melodias, ritmos, letras e notas todas entrelaçadas para o bem maior do que uma composição. No final das contas, quem sai ganhando com tudo isso somos nós com a sensação do que a música tem o melhor para oferecer.


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A arte imitando a arte: Tatuagens literárias


A tatuagem já foi usada para identificar bandidos e enfeitar poderosos, para juntar tribos e afugentar inimigos, para mostrar preferências e esconder imperfeições, identificar rebeldes, assumiu a cara da marginalidade, faz parte da história. Hoje a tatuagem é utilizada para expressar o individualismo e a subjetividade.

Tudo nos leva a crer que a arte de marcar o corpo é quase tão antiga quanto a humanidade. A tatuagem ou dermopigmentação é uma das formas de modificação do corpo mais conhecidas e cultuadas pelo mundo. A grande motivação dos cultuadores dessa arte é que é uma obra de arte viva e temporal como a vida.

A tatuagem surgiu como forma de expressão há mais de 3500 anos. Além disso, era utilizada para distinguir indivíduos de uma mesma comunidade tribal. Com o tempo, a tatuagem passou a ser usada para marcar os fatos da vida biológica como o nascimento, a puberdade, a reprodução e a morte.

Perseguida em vários momentos da história, a prática foi banida por decreto papal no século VIII e na Nova York do século XX. Apesar disso, é difícil encontrar alguém que nunca tenha pensado em marcar a pele com essa bela obra de arte.

Hoje as tatuagens deixaram de ser extravagantes e representar subjetividade, palavras, palavras e mais palavras. No contexto atual em que vivemos onde se cultua cada vez mais o indivíduo, pode e tem induzido muitas pessoas a fazer de sua pele um lugar para expor suas ideias, valores ou simplesmente uma vaidade.

Muitas pessoas tem buscado inspiração nos livros para se tatuar. Essas tatuagens podem ser desenhos, frases ou simplesmente um ponto. Por isso, o O Que Vi Por Aí selecionou algumas tatuagens literárias que vão de O Pequeno Príncipe a Fahrenheit 451.

O Pequeno Príncipe (Le Petit Prince) - Antoine de Saint-Exupéry

Harry Potter - J.K. Rowling

Dom Quixote - Miguel de Cervantes

Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll

Onde Vivem os Monstros - Maurice Sendak

On the Road - Jack Kerouac

As Vantagens de Ser Invisível - Stephen Chbosky

Trecho do poema "Blue Birds" - Bukowski

1984 - George Orwell

Fahrenheit 451 - Ray Bradbury

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Britney Spears sofre caladaney em clipe de "Perfume"


Após pisar nas outras divas após o lançamento do tão esperado e farofendo Work Bitch (só que não), Britney Spears estreia no VEVO o clipe para o mais novo single do álbum Britney Jean. Está rolando na internet uma petição para que o diretor Joseph Kahn (Toxic e Womanizer) libera a sua versão da produção após o mesmo revelar que teve que fazer cortes na edição final por pedidos da gravadora e da cantora. Segundo ele, sua versão é bem melhor. Neyde oprimida!


Assim como já falamos em nova review, Pefume é uma das composições da australiana Sia e pode não ser a melhor escolha para trabalhar com o repertório do disco, entretanto a gente dá nosso voto de confiança. O vídeo da baladinha mostra os momentos românticos de Brit com seu amado até o primeiro refrão e depois parte para uma série de cenas de recalqueney quando ela percebe que ele estava se encontrando com outra. Parece aqueles filmes de suspense bem fajuto em que a qualquer momento ela vai partir para a agressão, mas não é. Neyde sofre calada, mas não deixa de marcar seu território com uma bela mijada seu perfume. A produção é mesmo muito bem feita (cheia de foco de luz), mas sentimos falta um pouco da safadeza habitual que tanto esperávamos. É todo um drama bem choroso, mas dá pra convencer!

Assista (Cadê a nossa Britney de “1, 2, 3, Not only you and me”?):



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Review: Britney Spears e seu presente íntimo para os fãs em "Britney Jean"


O que vem a nossa mente quando pensamos em Britney Spears? Baby, One More Time..., careca, paparazzi, louca, drogas, ToxicPor um bom período, o nome da cantora esteve sim envolvido em várias polêmicas, que resultaram em torná-la a tão comentada Princesa do Pop. Foram brigas com fotógrafos, crises de personalidade (?) e várias fotos que comprovam o momento instável pela qual ela passou, fazendo com que precisasse ter um responsável legal para cuidar tanto de sua conduta quanto de seu estado financeiro. Mas convenhamos alguém já parou para pensar na pressão que ela deve ter passado?

Entre tantos empecilhos, seu nome ficou manchado e seu lado como pessoa passou a ser mais importante do que a artista em si. E não é para menos, atualmente Britney é nada mais do que uma das celebridades mais assediadas publicamente do mundo, onde tudo aquilo que coloca as mãos vira notícia. Por isso, não podemos culpá-la inteiramente por seu surto emocional e pessoal, que também reflete sua busca pela identidade. Identidade essa que ela parece já ter encontrado.

Quando lançou o álbum Britney em 2001 (que trouxe hits como I'm A Slave 4 U), os holofotes estavam prontamente direcionados para conhecermos a real cantora da geração. O trabalho foi preciso e rendeu outros milhões, no entanto cadê a Britney que nós tanto procurávamos? O resultado foi, sem dúvidas, avassalador, imprimindo suas condições de uma mulher sexy e destemida, contudo sentimos falta de conhecer mais seu íntimo, mais daquilo que ela gosta e pensa. Com isso, aparece Britney Jean, o novo e quentíssimo álbum de Spears, que pretende também não exibir um patamar de situações vivenciadas por ela, mas sim situar como um presente íntimo para os fãs. E deu certo!

O disco abre com a tão aguardada Alien, formando uma baladinha calma e totalmente simples. As batidas se encaixam muito bem no ritmo gostosinho da faixa, que possui um pré-refrão bem convincente. Viciados na frase "Not Alone" (muitos aí pensando que era “naralon”)? Uma das preferias para os fãs para virar single (assim como por quem vos escreve), trazendo um pouco desse peculiar som que gostamos de escutar na voz de Brit. Suave e sem dubstep pesado. Deixando nossas cabeças piradas, somos levados direto para as batidas cruas e incisivas de Work Bitch. O carro-chefe do álbum é nada mais do que uma farofa muito bem produzida, por sinal (pontos para Will.Sou.Eu), porém achamos meio distorcido e confuso em meio ao repertório tão singelo composto por baladas. Assim entra Perfume para diminuir o ritmo e podemos dizer que amamos essa oscilação da cantora com seus graves. Essa sim podemos pautar o não uso de auto-tune condizendo com a melodia suave. Tudo parece se encaixar bem, apesar de considerarmos a letra um pouco mal explorada – isso levando em conta que é uma composição da australiana Sia, responsável pelos hits tão bem escritos como Diamonds de Rihanna e Titanium de David Guetta. É boa e dá para o gasto de persuadir os charts como um single.


Voltando para esse dubstep impregnado, temos It Should Be Easy. A música estava prevista para adentrar no disco de Will.I.Am, mas foi descartado após vazar na internet (o que é uma grande pena – só que não). Ela soa bem repetitiva e em nada contribui para controlar os motivos para conhecer o lado mais Britney e menos comercial. Mais uma vez, Will precisa deixar essas vozes auto-tunadas horríveis – esse foi o fator principal para estragar a música, que já não é boa. Entretanto, depois de Gretchen tanto reclamar da falta de uma base urban conceitual no repertório, vem Tik Tik Boom para nossa alegria. A faixa continua abusando nas batidas e de um refrão bem repetitivo, contudo a parceria com T.I. quebra essa tensão individual. A canção é uma daquelas que ouvimos e já entramos facilmente em seu lado lírico. Quanto à Body Ache, vamos usar uma frase bem Neyde para descrever: “Só digo uma coisa: Não digo nada. E digo mais: só digo isso”. Ela soa bem como uma reciclagem bem barata de Scream And Shout, parceria de Britney com olha-ele-aí-de-novo Will.I.Am.. Nada de novo, nada de bom, mais do mesmo!

E tudo leva a crer que a parte comercial está prestes a dar espaço para o lado minimista e íntimo de Britney, mas não antes de Til It’s Gone. A música não é ruim, muito pelo contrário traz uma ótima singularidade com frases silábicas (já ouvida antes em outras faixas da própria cantora), mas seu refrão ainda na base eletrônica cansa se somado ao repertório na íntegra. Cantamos e sofremos um pouco para finalmente chegar a uma das composições mais bem feitas: Passenger. Com uma introdução quase nostálgica das trilhas sonoras de videogames, temos aqui um dos melhores refrões do álbum, que passa por essa sensibilidade e melodia das antigas músicas de Neydoca. Ela não faz mais a muda, ela agora canta (e sem tanto auto-tune). Nossa aposta para single é com certeza essa. E se tudo esta caminho para o melhor, essa expectativa só aumenta quando ouvimos Chillin’ With You, parceria com sua irmã Jamie Lynn Spears. Além de flertar com a percussão do country, encontramos versos tão singelos ao ponto de nos fazer cair de amores quando Jamie entra para cantar. Sua voz mais grossa e meiga faz uma belíssima combinação com o ritmo – ainda mais quando chega ao refrão.

Já na décima faixa do disco, damos de cara com um título bem provocativo a um tal de JT. Don’t Cry realmente soa como uma responde muito bem dada ao hit do cantor de POP e R&B, Cry Me A River. Com o coração partido, Britney canta sobre estar pronta para superar aquela relação e pede para seu parceiro não chorar (apesar de ela mesma assumir que não conseguiu conter as lágrimas). Acabou a versão standard, porém não chorem já que Brightest Morning Star vai tocar na Deluxe. Dona de uma das melodias mais deliciosas, a forma como as frases são ditas tornam tudo mais lindo. Trocaríamos sem medo qualquer uma das farofas acima por ela. Não tem como não amar o ritmo já mesmo na primeira ouvida. Hold On Tight também tem um refrão muito animador e confiante, embora os versos na primeira estrofe em si não acrescentem muito. Finalizando, Now That I Found You é uma bela e até descarada mistura de Wake Me Up do Avici com Timber do Pitbull e Ke$ha. O break eletrônico é nitidamente igual aos citados e não restam dúvidas de que houve sim uma inspiração (pelo menos do primeiro), mas nada que estrague o sentido mais country e puro da canção. E apenas desnececyrus uma versão remix de Perfume no final da tracklist!

Então, o que podemos dizer sobre Britney Jean? Começamos com a afirmação mais do que necessária de que o álbum homônimo não representa completamente a personalidade de Britney Spears, afinal fica evidente o controle da gravadora e dos produtores envolvidos em terem um segundo plano comercial caso as melhores faixas não se derem bem nas paradas musicais – o que, ocasionalmente, pode acontecer. Serve apenas como pressuposto de uma parte da estrela (que tem co-autoria em todas as faixas) e um símbolo de carinho e amor para seus fãs. Como ela já havia comentados anteriormente, o disco foi feito pensado em seus fãs e não somente em seus sentimentos e experiências. Não pode ser considerado nenhum marco em sua carreira (o que em um ano de grandes retornos, parece estar sendo bem complicado de alcançar), contudo simboliza um amadurecimento musical - mesmo que mínimo. O ícone de muitos também tem uma vida e essa deve ser uma de suas prioridades. Afinal, se você quer ser uma Princesa do Pop, “you better work, bitch”!




Artista: Britney Spears
Álbum: Britney Jean
Lançamento: 3 de Dezembro de 2013
Selo: RCA / Sony
Produção: will.i.am, Anthony Preston
Duração: 51 min
Gênero: POP

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