Resenha: Nicholas Sparks aponta pro romance pouco clichê, mas erra o alvo em “Querido John”
“O
que significa amar verdadeiramente uma pessoa?” É essa a pergunta que dá início
ao best-seller – do romancista estadunidense Nicholas Sparks – Querido
John. Publicado em 2007, o livro conta a história de amor vivida entre John
Tyree e Savannah Lynn, que logo é interrompida por uma simples carta,
responsável pelas mudanças no destino de ambos.
O drama é narrado por John, iniciado com breves descrições de sua infância e adolescência, desde o seu envolvimento com a coleção de moedas do seu pai até seus primeiros relacionamentos amorosos na fase de rebeldia. Se vendo forçado psicologicamente a tomar um rumo na vida, John encontra no exército o meio pelo qual alcançaria o amadurecimento.
O drama é narrado por John, iniciado com breves descrições de sua infância e adolescência, desde o seu envolvimento com a coleção de moedas do seu pai até seus primeiros relacionamentos amorosos na fase de rebeldia. Se vendo forçado psicologicamente a tomar um rumo na vida, John encontra no exército o meio pelo qual alcançaria o amadurecimento.
Em
sua primeira licença, ele conhece Savannah, e logo se veem envolvidos. Ambos
mantêm o relacionamento – mesmo tendo o exército como empecilho – até uma
singela e patriota decisão de John ser o motivo de uma carta, que mudaria tudo.
Apesar
de a obra ser altamente dosada em clichês, Nicholas Sparks consegue envolver o
leitor aos personagens, por meio de uma linguagem simples e acessível, fazendo
com que sintamos desde o prazer de John ao perceber que seu amor por Savannah
era recíproco, até sua dor e angústia ao se ver impedido de tê-la novamente.
[...] finalmente compreendi o que o verdadeiro amor realmente significa. Tim havia me dito, e me mostrado, que o amor significava pensar mais na felicidade da outra pessoa do que na própria, não importa quão dolorosa seja sua escolha.
Uma
sucessão de fatos – bem colocados aqui por Sparks, porém tão previsíveis –
levam John a responder à pergunta feita na abertura do livro, a partir do
momento em que toma uma difícil decisão pelo seu único e verdadeiro amor.
É
preciso dar créditos, ainda, ao autor pela maneira como trata a Síndrome de
Asperger e as relações comparativas entre o Autismo. Sparks utiliza-se da
sensibilidade, sua maior arma, e quase triunfa, não fosse os rodeios que
circundam todo este núcleo da narrativa.
Apesar
de não ser muito conhecedora de sua obra, Nicholas Sparks, em sua maioria,
segue a mesma linha de Diário de Uma Paixão, um de seus primeiros
romances. Assim como Querido John, Um Amor para Recordar e Um
Homem de Sorte conseguem ser tão semelhantes que parecem se originar
entre si, como se fossem subtramas iguais, porém com personagens e ambiente
diferentes.
Mesmo
não sendo surpreendente, capaz de deixar seus leitores boquiabertos, Querido
John não chega a ser tediante e é uma boa ocupação quando não se tem
algo mais importante a fazer.