Resenha: “As Vantagens de Ser Invisível”, ou um retrato doce e singelo de toda uma geração


Stephen Chbosky pode não ter sido lá dos mais exímios roteiristas/diretores na década de 90 – quando dirigiu o fracasso The Four Corners of Nowhere –, mas em sua estreia como escritor de livros conseguiu captar a essência de uma geração que é capaz de bem resumir a nossa. As Vantagens de Ser Invisível é um retrato singelo, doce e realista da juventude que sofreu com o primeiro dia de aula no ensino médio, que via em músicas, livros e filmes as melhores fontes de inspiração, e que vivia cada segundo, independente da maneira como o fazia.

Charlie, um garoto introspectivo e observador de 15 anos, é o nosso personagem da vida real aqui. O high school sempre foi motivo de preocupação e muita pressão para Charlie, até esse dia chegar e ele ver sua vida ser transformada quando conhece Patrick – um garoto mais velho de sua turma de Artes – e Sam – pseudo-irmã de Patrick. Toda a história é contada pelo próprio Charlie por meio de cartas endereçadas a um amigo anônimo (e talvez imaginário), tão cheias de sentimentos que podem nos dar a impressão de terem sido escritas para nós leitores.
Quando chegamos ao fim do túnel, Sam deu um grito muito divertido, e foi isso. Chegamos ao centro. As luzes nos prédios e todo o resto eram maravilhosos. Sam se sentou e começou a rir. Patrick também riu. Eu comecei a rir. E naquele momento eu seria capaz de jurar que éramos infinitos.
O livro é carregado de referências a importantes escritores e bandas, como F. Scott Fitzgerald (Este Lado do Paraíso e O Grande Gatsby), e. e. cummings e Jack Kerouac (Na Estrada), bem como os Smiths e Billie Holliday, respectivamente. Bill é o principal responsável por despertar em Charlie o desejo enorme pela leitura que, além da simples condição de professor de literatura, o empresta livros e pede que faça análises destes.

As Vantagens de Ser Invisível é um daqueles livros pra guardar no coração e jamais esquecê-lo, é um livro que te faz sentir diferente. Os personagens são complexos, reais e palpáveis. A sensibilidade de Charlie ultrapassa as páginas do livro e te toca. Patrick alegra, entristece, angustia, liberta, tudo num caldeirão de sentimentos em fervor . Sam é o espelho do jovem que, concomitantemente, sabe e não sabe o que quer ou fazer. Então, dificilmente você não irá se sentir num desses retratos.

Se quer entender o ser humano da maneira mais realista, mas não crua, leia esse livro e (talvez) se sinta infinito.

3 comentários:

  1. sabe eu ainda não li o livro, mas já vi o filme e com certeza é um dos melhores que já vi, não tem como não se apaixonar pelo Charlie, um garoto meigo e que tem tudo pra ser feliz um dia. Adorei a resenha, apesar de curta, foi muito boa.

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  2. Realmente muito marcante, ótima resenha à propósito ;)

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  3. Sou apaixonada por histórias adolescentes, então me interessei por esse livro!!
    Amei a resenha e espero em breve conhecer esses personagens tão emocionantes e marcantes!!!

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