Review: Paramore ressurge de si mesmo no repertório de seu álbum auto-intitulado
Não é de hoje que o Paramore
é tão reconhecido por seu repertório altamente autoral e singelo, na verdade, a
banda prefere manter o pessoal propositadamente estampado em suas coleções de
obras sonoras que possam dar todos os sentimentos necessários para ser um
trabalho para ser compartilhado. Agora com o álbum auto-intulado lançado dia 9
de Abril (isso mesmo, estamos atrasados – mas pelo menos veio), sem os irmãos
Farro, a banda tenta traçar sua nova perspectiva, porém mantendo um pouco da
personalidade dos discos anteriores.
Paramore não é mais um álbum de rock alternativo-pop, mas sim um exemplo de
que - o cabelo da Hayley é
melhor ruivo - boas batidas
vindas da real bateria e uma guitarra precisamente afinada ainda são
fundamentais para a criação de músicas de qualidade. Movido pelos
interludes Moving On, Holiday e I’m
Not Angry Anymore, sabemos que eles queriam que ouvíssemos o álbum por
inteiro sem mudança de faixas (#aleatórioxatiado), o que é muito bom para
entendermos melhor a descrição de cada música. Bom, partindo da seleção, o
álbum abre com a curtida de Fast
In My Car, que consegue muito bem captar a essência da banda e trazer uma
melodia muito bem arquejada nas cordas da guitarra. Na sequência, temos Now (carro-chefe) e Grow Up, que além de darem
aquela “guinada” para a liberdade, deixam claro que o futuro é incerto e cabe a
nós seguir no embalo de nossos sonhos (mensagem da Hayley ou seria mesmo do
Jeremy e Taylor?). Fechando a 1ª parte, temos Daydreaming, um dos grandes
acertos para o repertório (sonhos e sonhos, mudanças à parte).
Indo pra Fase 2, temos uma
alteração de sonoridade, em que a guitarra ganha mais espaço e a bateria vira
um completo (muito bom por sinal, de Ilan Rubin). Os vocais de Hayley seguem no
ritmo da vivência da vida adulta em Ain’t It Fun (então, Don't go crying to your mama /'Cause you're on your
own in the real world). Como não podia ser diferente, Part
II se destaca nessa parte, onde, diga-se de passagem, Let
The Flames Begin do álbum Riot! mandou lembranças.
Enquanto isso, Last Hope surge no melhor momento para fazer
essa exemplificação, fazendo uso de um refrão que fica na mente por horas
(Emoções a mil). Still Into You é na vibe de curtição que nos
faz gostar do Paramore e, sem dúvidas, a mais chiclete. O feriado chegou
(Interlúdio #3), Proof e as baladinhas Hate To See
Your Heart Break e (One of Those) Crazy Girls se
tornam rapidamente nossas queridas e mostram um desempenho mais vazado da banda,
apresentando uma identidade pop (com as pegadas rock de sempre) e repartições
mais arriscadas para a banda. E quem aí não sentiu o Paramore dos “velhos
tempos pesados” em Be Alone? Pois bem, essa última parte
resume ao mesmo tempo as confianças e as incertezas, tendo Future como
o encerramento mais imprevisto, pois afinal não termina nada, somente imprime a
condição de que nada tem um fim definitivo – e podemos viajar de olhos fechados
enquanto ouvimos seu prelúdio – em quase 8 incríveis e inigualáveis minutos.
Se alguém cismava que o
Paramore não conseguiria se reafirmar diante de sua "desestruturação" de integrantes, se enganou e muito!
Nada é evidente no álbum, porém temos a atribuição do sentido exato para
condizer com os pensamentos e reflexões de Hayley, Jeremy e Taylor durante
temas de liberdade, expressão, diversão e auto-conhecimento. Renascimento pode
até não ser a melhor palavra do Paramore, mas não há como negar que é uma nova
visão de sua busca!
Artista: Paramore
Álbum: Paramore
Lançamento: 9 de Abril de 2013
Selo: Fueled by Ramen/Warner
Produção: Justin Meldal-Johnsen, Ken Andrews
Duração: 1h
Gênero: Rock/Alternativo