Jogo rápido entre filmes: V de Vingança e A Dama de Ferro
Até onde vai a força de um povo na luta contra um governo conservador e um regime totalitário? Nesse cenário emerge o filme V de Vingança, trazendo como protagonista um homem mascarado, conhecido pelo codinome V (Hugo Weaving), que é extremamente carismático e habilidoso no combate a destruição. V contará com a ajuda de Evey (Natalie Portman), para auxiliá-lo a convencer seus compatriotas a se rebelar contra a tirania e a opressão do governo inglês. Por outro lado, o filme A Dama de Ferro destaca o neoliberalismo e o conservadorismo exacerbado do governo da primeira ministra inglesa Margaret Thatcher. Sendo assim, faz-se um jogo rápido entre os longas metragens: V de Vingança e A Dama de Ferro.
V de Vingança lutava pela retidão, justiça, liberdades, essa luta não era no sentido figurado da palavra, mas sim como uma perspectiva anarquista. Para V, o poder dos símbolos vem das pessoas, pois os símbolos sozinhos não tem nenhum sentido. Assim sendo, o prédio Parlamentar para ele não tinha nenhuma função ou significado. Entretanto, o governo conservador tem como características básicas ser religioso, ser membro do partido, ele é focado no que quer e não liga para processos políticos. O intuito dele é o poder, quanto mais ele tem, mais o torna fanático e mais agressivo ficam seus partidários. Um exemplo disso foi durante a recessão econômica causada pela crise do petróleo no fim da década de 70, a líder política Margaret Thatcher tomou medidas impopulares, visando a recuperação do país. Seu grande teste, entretanto, foi quando o Reino Unido entrou em conflito com a Argentina na conhecida e polêmica Guerra das Malvinas.
Os dois filmes contam com grande elenco. Meryl Streep, como sempre impecável em suas atuações, dessa vez ela deu show de interpretação como a primeira-ministra Margaret Thatcher em A Dama de Ferro. Hugo Weaving e Natalie Portman também se saíram muito bem no filme V de Vingança, embora eu tenha visto um pouco do Zorro na composição de V criada por Hugo Weaving.
As atitudes de V eram aparentemente sem consciência. Para ele, os fins sempre iriam justificar os meios, e é ele que sugere que o alvo não deva ser um inimigo do país, mas sim o próprio país. Por outro lado, os conservadores contavam com uma mídia alienada, que alimentava o medo e o pânico se espalhava rapidamente fragmentando e dividindo o país. Dessa maneira, o medo era a principal arma usada pelo governo para “persuadir” a população a ficar do seu lado, uma vez que o governo quer um povo submisso. Entretanto deveria ser o contrário, pois o governo está a serviço do povo e não o povo a serviço do governo.
Diante disso, os filmes V de Vingança e A Dama de Ferro trazem suas diferenças e aproximações, sendo V de Vingança anarquista, contra as leis opressoras e muitas vezes ditador de um governo. Já A Dama de Ferro defende seu ponto de vista de um governo conservador, opressor e fanático. Uma coisa é certa: os ingleses jamais irão esquecer a conspiração da pólvora de 5 de Novembro e os argentinos nunca irão esquecer o ataque as Ilhas Malvinas pelo governo inglês liderado por Margaret Thatcher.