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Review: Jennifer Lawrence é o tordo de "Jogos Vorazes: Em Chamas"

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Vivendo sobre um momento de muitos conflitos e manifestos da população reivindicando melhorias nas condições de vida, Jogos Vorazes: Em Chamas nunca se fez tão oportuno. Logicamente que o lançamento do filme no Brasil antes de todo o mundo não passou de uma feliz coincidência com as causas relacionadas à revolta das multidões, afinal a estreia no feriado sempre foi o principal alvo da distribuidora. A adaptação para os cinemas da obra de Suzanne Collins traça uma maturidade e assertividade muito mais eficaz que outras grandes sagas consagradas (Harry Potter é o único que se igual em função de qualidade) e começa aqui a adquirir sua personalidade própria tanto no cinema como na literatura norte-americana.

Para os amantes de Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence), a sequência traz a personagem exibindo mais vigor de suas características e um censo mais abrangente de suas decisões, que afetam toda a Panem. Após vencer o massacre de jovens dos 74º Jogos Vorazes e, de certa forma, burlar o sistema da Capital, Katniss se transforma em uma esperança para as pessoas que vivem nos distritos se rebelarem e lutarem para ter seus direitos dignos de convivência. Ela só percebe o alcance desse poder quando participa da Turnê da Vitória, que tem como função apresentar o vencedor (nesse caso, vencedores) dos jogos e induzir a população sobre a influência da Capital, ao lado de Peeta Mellark (Josh Hutcherson), com quem vive uma falsa relação de amor em prol da aceitação do público. Sendo uma eminente ameaça, o presidente Snow (Donald Sutherland) não tem alternativa a não ser eliminá-la, só que de uma maneira bem mais discreta e avassaladora. Acontece, portanto o Massacre Quartenário, uma edição especial dos jogos, que escolhe para voltar à arena os vencedores anteriores. Com isso, Katniss agora terá que não somente desafiar a Capital, mas também a si mesma.

Não há como negar que Jogos Vorazes exerce uma intensa dominação sobre o público jovem, que lotam salas de cinema para vibrar a cada cena, porém é importante ressaltar em como o enredo central é envolvente e condiz com nossa realidade. Será que só as pessoas da Capital convivem com o apelo sensacionalista da televisão? O governo corrupto e superficial só existe em Panem? A reflexão que tantos temas voltados para nossa sociedade pode causar não é apenas um fruto da imagem heroica de Katniss Everdeen, mas também um conceito mais amplo que atribui o sentido da força e presença efetiva da mulher.



A junção dessa base predominante de revolução com a de produções hollywoodianas, traz um longa-metragem repleto de sentidos de coragem, persistência e gêneros de ação, aventura e um suspense linear que nos guiam para a interpretação das razões pela qual a protagonista faz suas decisões. Muito mais personificado que o primeiro (afinal o orçamento quase que dobrou, com 140 milhões de dólares), os elementos mais perspicazes presente nas páginas do livro de Collins reflete intensamente nas telas, incluindo falas épicas e as descrições dos cenários. Contudo, por ser uma sequência é impossível assimilar certos fatos sem um conhecimento prévio e mesmo com o primeiro filme em mente, algumas atribuições chegam a ser jogadas para o espectador – visando que seja o mais inteligente possível para compreender sem aquela explicação à lá papinha de bebê. Por isso, a trama estabelece um patamar ainda mais sólido e dialoga com as pessoas que assiste da maneira mais aceitável.

Atuações como a de Sam Claflin como Finnick Odair, que deve ter tirado muitos suspiros das garotas, Jeffrey Wright como Beette, que mostra que a inteligência nata vale mais que músculos na arena, Jena Malone como Johanna Mason, que chegou a surpreender muitos fãs com a personalidade rebelde e incisiva (roubando a cena), e de Lynn Cohen como Mags, que aposto ter tirado muitas lágrimas, dão todo o sentido para nos identificar e criarmos laços de afetividade – que é o fator principal para um envolvimento maior. Créditos grandes também para o trio, composto por Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson e Liam Hemsworth. Mais do que nunca, ele mostraram que conhecem seus personagens e souberam contextualizar perfeitamente com as emoções e aflições transpassadas para o telão. Nesse caso, destaque para a vencedora do Oscar (seu salário foi de 500 mil do primeiro filme para 10 milhões), que se tornou o verdadeiro tordo para a franquia – capaz até mesmo de salvar qualquer falha que, por ventura, venha surgir. Aplausos para Woody Harrelson como o excêntrico Haymitch (e suas ótimas sacadas para um alcoólatra que nos faz rir, docinho), Elizabeth Banks como a adorável Effie (quem não se comoveu vendo ela disfarçar as lágrimas no momento da colheita?) e Lenny Kravitz como o incrível Cinna (“Lembre-se, eu ainda continuo apostando em você, garota em chamas”, _|||_).

O diretor Francis Lawrence conduziu muito bem as fimagens, dando a cada ator o desejo de trabalhar prontamente para seu personagem. Como não vibrar com as cenas e cenários impecáveis? Os efeitos especiais são de primeira e nos permite realmente acreditar no que está sendo mostrando, como a névoa trazendo à tona queimaduras vívidas e doloridas e os macacos mutantes preparados para atacar. A fotografia e trilha sonora dão esse ar sombrio que o filme pede e registra a amplitude como as cenas são passadas.

Compartilhando de muitas emoções, Em Chamas pode sim ser considerado muito superior ao original, deixando o espectador ainda mais atento e seduzido pela obra. Não restam dúvidas de que a saga tem muito a oferecer, não só como entretenimento, mas também como um abrangente símbolo de esperança (este o título do último livro, que por questões lucrativas, será dividido em duas partes nos cinemas). Está aí um ótimo filme que não tem medo de lutar, acreditar e ousar quando necessário. Afinal, agora todos nós somos os tordos!



The Hunger Games: Catching Fire
Diretor: Francis Lawrence
País de Origem: EUA
Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth
Ano de Lançamento: 2013
Distribuidora: Lionsgate / Paris Filmes
Duração: 2h 26min

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Sessão JenLaw: Lori Petty põe a nu suas experiências pessoais e almeja uma mensagem de redenção em “The Poker House”

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por Amanda Prates

Ultimamente não tem sido raro se deparar com filmes fortes o suficiente para tocar o lado sensível de seu espectador e nem que o faça sentir-se diferente ao menos por alguns minutos após sair da sala de cinema, mas pouquíssimos destes serão capazes de tornar a conexão com esse espectador essencialmente verdadeira por fazer-se tão real. The Poker House é, facilmente, um destes filmes. Não um filme isento de erros, pelo contrário, eles são muitos, mas que consegue, brilhantemente, apontar para o incômodo de seu “ouvinte”: o vira de ponta a cabeça e o coloca automaticamente dentro da história, mas não para sentir o interior (e o exterior) de cada personagem, e sim para se fazer observador, e acompanhar de perto cada passo de todos os envolvidos na história, mesmo os que não são tão relevantes. 

Ao basear-se em um capítulo de sua própria vida, Lori Petty faz de seu longa-metragem mais do que um filme edificado em um fato real: ela transcende os limites das telas e abre espaço para que seu espectador se faça parte onisciente da trama. Ele segue Agnes (Jennifer Lawrence), uma adolescente de 14 anos que vive com sua mãe prostituta e viciada em crack, Sarah (Selma Blair), e suas duas irmãs mais novas, Bee (Sophia Bairley) e Cammie (Chloë Moretz), na chamada “Casa de Poker”, o bordel mais conhecido do bairro. A história é ambientada em meados da década de 70 na cidade de Iowa, não que ela dê tanta importância a esses detalhes, até porque não há necessidade de situar o público para as cenas seguintes, vamos aos poucos descobrindo o ser humano dentro de cada personagem de uma história verdadeira e de amadurecimento transcorrida em um único dia. Talvez esteja aí o triunfo de Petty, justamente não fazer de The Poker House uma autobiografia de quase duas horas, mas uma pequena parte de sua adolescência, distribuída em 24 horas psicológicas, um detalhe que seu espectador possa deixar passar despercebido pela grandiosidade que se torna esse dia da vida da roteirista/diretora.


A personagem principal vive tentando ser adulta, já que não há sequer registros de seu pai e o vínculo paterno é, em termos, substituído por Duval, o cafetão de sua mãe e que cruza a linha de relacionamento com Agnes. Suas outras duas irmãs também foram obrigadas a crescer muito rapidamente. Bee tem um emprego de entregadora de jornais, e Cammie vive de fugas para a casa de sua amiga, onde tem um espaço seguro para dormir e o que comer. O filme é obscuro e sombrio e, mais do que um retrato da pobreza estadunidense, Petty dá ao público um vislumbre de sua infância trágica, com elementos visuais que refletem bem o ambiente triste, o que contribui para mostrar a gravidade dos problemas desses personagens e as motivações por trás de suas ações. A trilha-sonora, no entanto, é por vezes repetitiva e mal produzida, um ponto em que a produção peca pela falta de cuidado em um detalhe tão precípuo em longas deste tipo.

Como um filme pequeno e independente, The Poker House almeja ser mais profundo do que vistoso, o que só foi possível de ser trabalhado com as grandes performances que dispunha. Jennifer Lawrence toma Agnes para si como se estivesse de fato vivendo verdadeiramente aquilo, e, por si só, comanda o filme com total maestria, mesmo quando não fala uma só palavra. E há muita verdade em sua interpretação. Como Agnes, a moça é envolvente, convidativa, forte e amorosa (ao seu jeito), mas, concomitantemente, em seu núcleo há ainda uma essência infantil que ela lindamente transmite na tela. Como seu primeiro papel extenso em um longa-metragem, Lawrence construía lentamente o que estaríamos por ver nos últimos dois anos, uma atriz tão persuasiva capaz de comandar todas as suas cenas, mesmo quando em silêncio. Sophia Bairley é uma delícia como Bee. Há um brilho sobre ela que ilumina a tela e sua entrega confiante fala muito sobre sua personagem e sobre seu talento. Chloë Moretz, como Cammie, dá a inteligência, o caráter e a estranheza de que o filme tanto necessita. Ao final, é fácil tornar-se envolvido com as três irmãs pela forma como transformam seus primórdios deprimentes em vidas significativas. Selma Blair e Bokeem Woodbine são o que a produção se faria mais primorosa sem. Ela, como a "pseudo-mãe", exagera ao ponto de o público duvidar se ela realmente está fazendo um papel de prostituta alcoólatra e viciada em drogas. Woodbine, apesar de ser adequadamente um cafetão assustador, é mais caricato do que deveria ser.

The Poker House lida com uma série de questões difíceis e, embora não seja completamente pessimista, não se deve esperar pelo sentimento otimista. Ele tem cenas perturbadoras e cruas a ponto de provocar apatia em seu espectador, ou, no mínimo, fazê-lo olhar as pessoas de outra perspectiva, a partir dali. Apesar da estrutura confusa de cenas e do tom, Petty evita a maioria dos floreios artísticos que desviam muitos indie de estreia, para salvar com a narração desesperadamente poética de Agnes, e com a esperança de que a mensagem final seja apenas de redenção, como ela própria revelou: “Gostaria que o público sentisse a empatia e compaixão que toda a gente tem um pelo outro neste filme. E para perdoar as pessoas que estão realmente fazendo o melhor que podem. Você não sabe o que alguns estão passando. Você não sabe de onde eles vieram. Você não sabe o que acontece quando eles vão para casa. Tratem a todos da maneira que você gostaria de ser tratado e seja grato apenas por estar vivo. Não tenha medo e não deixe o passado afetar o seu presente”.

**** (4/5)
The Poker House, Estados Unidos, 2008
Direção e roteiro: Lori Petty
Elenco: Jennifer Lawrence, Selma Blair, Chloë Moretz, Bokeem Woodbine
Duração: 1h 34min

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Com homenagem aos musicais, o Oscar 2013 premia os melhores do ano

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por Amanda Prates

Eis que ontem (dia 24) aconteceu a maior premiação do cinema (senão de todos os segmentos) e não faltaram motivos para se surpreender. Seth MacFarlane foi o anfitrião da noite e esbanjou a ousadia que faltou em Billy Crystal na edição passada, que se importou em apenas arrancar algumas risadas da plateia com piadas inocentes. O diretor de Ted (e de outras produções como Family Guy e American Dad!) protagonizou shows musicais peculiares, discursos inusitados e muita zombaria (sobrou até pra Abraham Lincoln, Rihanna e Chris Brown!). Houve quem dissesse que a escolha de MacFarlane foi o grande erro da Academia para a noite, mas o moço só quebrou com o conservadorismo da cerimônia de premiação, e com maestria.

Antes da cerimônia, o red carpet foi agraciado por looks de deixar qualquer um de boca aberta. E adivinhem quem foi o centro das atenções? Não precisa dizer, mas eu digo: JENNIFER LAWRENCE! A moça apareceu ~com um vestido da Dior~ já declarando “I’m starving! Is there food here?” Espontaneidade não faltou! Jessica Chastain também desfilou deslumbrante pelo tapete, mas não mais que a fofura da Quvenzhané Wallis, que roubou a atenção dos fotógrafos com sua bolsinha de cachorro ().

Naomi Watts, Anne Hathaway, Reese Witherspoon e Adele também se destacaram, mas essa que vos escreve não está aqui para dar uma de colunista de moda (não mesmo!), nem mesmo lhes encher de textinhos inúteis que nada dizem. 

Vestidos, penteados e maquiagens à parte, a noite foi de homenagem aos musicais. Sim, isso mesmo, a Academia prestou suas considerações ao gênero que tanta gente odeia! Chicago, ganhador do Oscar de Melhor Filme em 2003 e o único desta década, foi representado brilhantemente por Catherine Zeta-Jones com o número “All That Jazz”. A partir daí, outras performances construíram a homenagem, como “Suddenly”, pelo cast de Os Miseráveis, eAnd I Am Telling You I’m Not Going”, do filme Dreamgirls pela Jennifer Hudson.

Quem levou? 


Não seria surpresa para ninguém se Argo ou Lincoln faturasse os prêmios principais. Mas o que poucos (talvez ninguém) esperavam era que a premiação ficasse tão bem distribuída. Das 12 indicações que o filme de Steven Spielberg, 2 foram premiadas, o mesmo aconteceu com O Lado Bom da Vida, 1 das 8. As Aventuras de Pi foi o maior vencedor da noite! Ang Lee viu seu filme faturar 5 das 11 estatuetas que fora indicado: Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Trilha Sonora Original e... Melhor Diretor

O filminho da Pixar, dirigido por Mark Andrews e Brenda Chapman, venceu a categoria Melhor Animação e surpreendeu, quando o favoritismo se dividia entre Frankenweenie e Detona Ralph. Haneke não surpreendeu absolutamente ninguém com o título de Melhor Filme Estrangeiro com seu Amour, merecedor, de fato, mas não se pode deixar de destacar as grandes produções que disputaram na categoria. Adele também levou a estatueta pra colocar juntinha aos seus vários gramofones dourados, por "Skyfall", como Melhor Canção Original, concorrendo ao lado de Suddenly”, do musical Os Miseráveis, e "Everybody Needs a Best Friend", da Norah Jonas por Ted.


Agora a gente analisa individualmente as principais categorias, confira: 

- Melhor Ator Coadjuvante -
Os indicados:
Tommy Lee Jones (por Lincoln)
Phillip Seymour Hoffman (por O Mestre)
Christoph Waltz (por Django Livre)
Robert de Niro (por O Lado Bom da Vida)
Alan Arkin (por Argo)

Sejamos sinceros e afirmemos que jamais passou pela nossa cabeça que Christoph Waltz fosse ganhar essa categoria. Apesar de ele ser o meu favorito, jamais pensei que a Academia pudesse “renegar” um prêmio que parecia já estar creditado a Tommy Lee Jones. Waltz repetiu sua incrível capacidade de magnetizar o espectador em suas representações com tanta maestria que foi capaz de atingir até o difícil grupo da Academia. Emocionado, o ator subiu ao palco, quando eu esperava um daqueles discursos enternecedores típicos de artistas dessa rama. Mas ele não o fez. Aliás, nenhum deles (salvo o agraciado com o prêmio de Melhor Ator). Finalmente, uma decisão mais que justa!

- Melhor Atriz Coadjuvante -
As indicadas:
Sally Field (por Lincoln)
Anne Hathaway (por Os Miseráveis)
Jacki Weaver (por O Lado Bom da Vida)
Helen Hunt (por As Sessões)
Amy Adams (por O Mestre)

Eu já sabia, você também, todos nós que os pouquíssimos minutos de atuação da Anne Hathaway em Os Miseráveis seriam mais que suficientes para que ela fosse indicada e levasse o prêmio da Academia. A moça, que já fora indicada, desbancou nomes como Jacki Weaver e Sally Field, por O Lado Bom da Vida e Lincoln, respectivamente.  Ela é ou não uma das maiores atrizes de sua geração? ()

- Melhor Diretor -
Os indicados
Ang Lee (As Aventuras de Pi)
Steven Spielberg (por Lincoln)
Michael Haneke (por Amour)
Ben Zeitlin (por Indomável Sonhadora)
David O. Russel (por O Lado Bom da Vida)

Dessa vez não teve para o Steven Spielberg! Ang Lee com seu incrível As Aventuras de Pi faturou um dos prêmios mais importantes da noite, e ainda garantiu outros quatro, citados anteriormente. Esse é o segundo Oscar do diretor, que subiu ao palco surpreso (e não era pra menos), mas não discursou nada tão impressionante. Mas valeu muito!

- Melhor Atriz -
As indicadas:
Jessica Chastain (por A Hora Mais Escura)
Jennifer Lawrence (por O Lado Bom da Vida)
Emmanuelle Riva (por Amor)
Quvenzhané Wallis (por Indomável Sonhadora)
Naomi Watts (por O Impossível)

Tá, a gente já sabia que as chances de a Jennifer não ter levado essa estatueta eram quase nulas. Waltz e Hathaway podem ter arrancado aplausos sinceros da plateia, mas as atenções da noite se voltaram para um único nome: Jennifer Lawrence. Enquanto os atores ocupavam suas mentes com a tão sonhada estatueta, a moça só pensava em... comida! E esbanjou espontaneidade até no momento de receber a estatueta mais cobiçada da noite, a de Melhor Atriz (e não, não vamos falar sobre o tombo da moça). Narizes que se torceram com a nomeação à parte, Lawrence só provou que nem Emmanuelle Riva, em sua melhor forma, era capaz de compor um personagem tão intenso, sincero, comum e controverso como a Tiffany (Silver Linings Playbook), e convencer a Academia. Ok, abstenhamo-nos de maiores elogios, somos muito suspeitos para isso. ((♥)

- Melhor Ator -
Os indicados:
Daniel Day Lewis (por Lincoln)
Denzel Washington (por O Voo)
Hugh Jackman (por Os Miseráveis)
Bradley Cooper (por O Lado Bom da Vida)
Joaquin Phoenix (por O Mestre)

Mais uma vitória que era muito óbvia, mas Daniel Day-Lewis pareceu não esperar pelo prêmio, fato que se reforçou pelas lágrimas do ator no palco ao receber das mãos de “uma apresentadora que não precisa ser apresentada”, Meryl Streep, a estatueta mais cobiçada. Day-Lewis (que agora é recordista de estatuetas nesta categoria) fez o ÚNICO discurso interessante da noite, ao brincar com Streep sobre seus papéis em Lincoln e A Dama de Ferro, respectivamente, e ainda agradeceu à esposa. Seria muita ironia se ele não levasse essa, né gente?

- Melhor Filme -
Os indicados:
Indomável Sonhadora
O Lado Bom da Vida
A Hora Mais Escura
Lincoln
Os Miseráveis
As Aventuras de Pi
Amor
Django Livre
Arg0

O prêmio não foi para Lee, mas Spielberg também não teve o prazer de segurar a estatueta principal. Não houve ousadia como no ano passado, mas Ben Affleck, que havia sido rejeitado da categoria Melhor Diretor, viu seu Argo vencendo a dura disputa com Lincoln, além de Melhor Montagem. Argo não tem a complexidade de Indomável Sonhadora nem a magia carregada de inúmeros significados de As Aventuras de Pi, só faltou a Academia reconhecer isso.

Confira aqui a lista completa dos vencedores. 
Da esquerda para a direita, Daniel Day-Lewis, Jennifer Lawrence, Anne Hathaway e Christoph Waltz, os vencedores principais da noite.

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Indicados ao "Kids' Choice Awards 2013"

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por Léo Balducci

Saiu a lista dos indicados a edição de 2013 dos "Kids' Choice Awards", uma das grandes premiação voltadas para o público infanto-juvenil que elege seus ganhadores através de voto popular.

Com apresentação de Josh Duhamel, a premiação acontece dia 23 de Março e traz os favoritos dos jovens, como os filmes "O Espetacular Homem-Aranha", "Os Vingadores", "Jogos Vorazes", as séries "Os Feiticeiros de Waverly Place" "iCarly" e os artistas Johnny Depp, Andrew Garfield, Will Smith, Taylor Swift, Jennifer Lawrence, Kristen Stewart, Selena GomezOne Direction, Justin Bieber e Katy Perry, concorrendo nas principais categorias.

Confira a lista:

TELEVISÃO

Série de TV Favorita
Boa Sorte Charlie
iCarly
Victorious
Os Feiticeiros de Waverly Place

Reality Show Favorito
America’s Got Talent
American Idol
The Voice
Wipeout

Desenho Favorito
Os Padrinhos Mágicos
Phineas e Ferb
Bob Sponja
Tom e Jerry

Ator de TV Favorito
Jake T. Austin (Os Feiticeiros de Waverly Place)
Lucas Cruikshank (Marvin Marvin)
Ross Lynch (Austin & Ally)
Carlos Pena (Big Time Rush)

Atriz de TV Favorita
Miranda Cosgrove (iCarly)
Selena Gomez (Os Feiticeiros de Waverly Place)
Victoria Justice (Victorious)
Bridgit Mendler (Boa Sorte Charlie)

CINEMA

Filme Favorito
O Espetacular Homem-Aranha
Os Vingadores
Diário de um Banana 3 – Dias de Cão
Jogos Vorazes

Ator de Cinema Favorito
Johnny Depp (Sombras da Noite)
Andrew Garfield (O Espetacular Homem-Aranha)
Zachary Gordon (Diário de um Banana 3 – Dias de Cão)
Will Smith (Homens de Preto 3)

Atriz de Cinema Favorita
Vanessa Hudgens (Viagem 2 – A Ilha Misteriosa)
Scarlett Johansson (Os Vingadores)
Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes)
Kristen Stewart (Amanhecer Parte 2)

Filme de Animação Favorito
Valente
A Era do Gelo 4
Madagascar 3: Os Procurados
Detona Ralph

Dublador Favorito
Chris Rock (Madagascar 3: Os Procurados)
Adam Sandler (Hotel Transylvania)
Ben Stiller (Madagascar 3: Os Procurados)
Taylor Swift (O Lorax)

Buttkicker Masculino Favorito
Robert Downey Jr. (Os Vingadores)
Andrew Garfield (O Espetacular Homem-Aranha)
Chris Hemsworth (Os Vingadores)
Dwayne Johnson (Viagem 2 – A Ilha Misteriosa)

Buttkicker Feminina Favorita
Anne Hathaway (Batman – O Cavalheiro das Trevas Ressurge)
Scarlett Johansson (Os Vingadores)
Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes)
Kristen Stewart (Branca de Neve e o Caçador)

MÚSICA

Grupo Favorito
Big Time Rush
Bon Jovi
Maroon 5
One Direction

Cantor Masculino Favorito
Justin Bieber
Bruno Mars
Blake Shelton
Usher

Cantora Feminina Favorita
Adele
Katy Perry
P!nk
Taylor Swift

Música Favorita
“Call Me Maybe” (Carly Rae Jepsen)
“Gangnam Style” (PSY)
“We Are Never Ever Getting Back Together” (Taylor Swift)
“What Makes You Beautiful” (One Direction)

MAIS

Atleta Masculino Favorito
LeBron James
Michael Phelps
Tim Tebow
Shaun White

Atleta Feminino Favorito
Gabrielle Douglas
Danica Patrick
Serena Williams
Venus Williams

Vilão Favorito
Reed Alexander (iCarly)
Simon Cowell (The X Factor)
Tom Hiddleston (Os Vingadores)
Julia Roberts (Espelho, Espelho Meu)

Livro Favorito
Diário de um Banana
A Saga Harry Potter
A Trilogia Jogos Vorazes
A Saga Magic Tree House

Videogame Favorito
Just Dance 4
Mario Kart 7
Skylanders Giant
Wii Sports

Aplicativo Favorito
Angry Birds
Fruit Ninja
Minecraft
Temple Run

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Review: Dois olhares sobre "O Lado Bom da Vida"

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A necessidade mútua refletida em bons diálogos da vida comum em O Lado Bom da Vida

por Amanda Prates
(Twitter - Filmow)

Imagine a seguinte situação: de repente, você perde tudo, sua (e) esposa (o), seu emprego, sua sanidade, sua liberdade. O que você faria depois de tudo isso? Pat Jr. (Bradley Cooper) acha que depois de meses em uma clínica de reabilitação, ele pode esquecer tudo e se refazer para que sua vida volte ao normal, porém com uma dose a mais de positividade. Acha que sua mulher, Nikki (Brea Bee), ainda o ama e o espera renovado. A partir daí, ele segue uma série de regras para se “endireitar”: lê todos os livros indicados por Nikki no colégio, intensifica os exercícios físicos e se foca em olhar a vida sempre pelo lado bom (afinal, “Excelsior!”). Mas, quando ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma viúva solitária e também bipolar, sua vida muda e ambos buscam ajuda um no outro para voltar à realidade. A necessidade é mútua, embora não saibam disso. O Lado Bom da Vida é sobre obsessão, fragilidade, loucura, descontrole, mas principalmente, sobre imprescindibilidade recíproca.

Os diálogos e a direção são notáveis. David O. Russell, nome por trás do fracasso da comédia romântica I Heart Huckabees e do sucesso de O Vencedor, dá espaço para os atores falarem por si só, e é aí onde ele triunfa. O longa, adaptação do livro homônimo de Matthew Quick, não se preocupa em como a trama será interpretada ou com sua razoável originalidade, e sim com as atuações, intensas e que não decepcionam. Cooper e Lawrence dão base a ótimos diálogos – que soam muito naturais – entre seus personagens, imprevisíveis e tão bem amarrados harmonicamente que poucos cineastas podem alcançar sem deixar o filme cair no caos. Apesar da forte ligação psicológica, há um paralelismo entre esses personagens. Enquanto Pat Jr. tenta acreditar na esperança e na fidelidade, ele trava uma batalha para recuperar sua sanidade mental. Tiffany, por outro lado, não acredita no amor e não sente vergonha de ser a tresloucada sem escrúpulos que é. 

Russell cria uma ambientação em uma família inserida em problemas financeiros, preconceito, vício, alienação em esportes, transtornos obsessivos e machismo, tudo no tom certo, fazendo um retrato da vida simples e comum. Em várias cenas, o caos impera a partir de uma gritaria histérica dos personagens, relevando o quão sinceros e reais eles são. Tiffany tem certa dificuldade em entender suas ações, o efeito que elas têm sobre si ou sobre as pessoas ao seu redor.  Danny (Chris Tucker) é uma das brilhantes surpresas, que até pode passar despercebido aos olhos de quem assiste, mas ele é o verdadeiro símbolo do positivismo que tanto modela a vida de Pat Jr. Os coadjuvantes dão um show em silêncio e na verborragia: Jacki Weaver, como o membro com sanidade mais estável da família Solitano e Robert De Niro como o pai compulsivo e em sua melhor forma desde seus trabalhos com Martin Scorsese. Outros foram colocados infortunadamente no cast, como John Ortiz, que parece ter sido o maior erro até então. O ator faz de Ronnie um ser exagerado que circula sem conexão ao roteiro e aos personagens de seu núcleo. Porém, são pequenos detalhes que não desmerecem tudo o que foi criado e atingido pelo filme

O diretor orquestra todo esse conjunto “elenco+trama” da melhor maneira possível, prolonga alguma situações, exagera um pouco, mas consegue perceber quando é hora de colocar os pés no chão novamente. A produção em geral não é espetacular – mesmo que esse tipo apareça com pouca frequência em Hollywood – mas a boa química estabelecida entre os protagonistas, por si só, fazem o maior triunfo do filme: transmitir a mensagem de positivismo e esperança, clichês que sempre acompanharam e acompanham o homem que, mesmo apanhando todos os dias, é preciso seguir com as cicatrizes, sem vergonha ou medo. Tudo é memorável e engraçado ao encontrar humor na depressão e/ou bipolaridade, sem minimizar o problema ou se forçar em momento algum. Bradley é uma surpresa: ele evita o estereótipo de personagens com distúrbios mentais e entrega verdade e naturalidade em sua atuação. Jennifer, que em filmes como Inverno da Alma e JogosVorazes, nos quais ela era uma força da natureza, aqui ela se mostra mais vulnerável – o que comprova sua versatilidade – e apenas continua dando passos muito largos para se tornar a melhor atriz de sua geração em Hollywood.

O Lado Bom da Vida é um exemplo raro de comédia romântica que consegue se desvencilhar dos clichês e dos personagens previsíveis e inevitáveis do gênero. Como não rir no momento em que Pat se irrita com o rumo tomado pelo personagem do clássico“Adeus às Armas”, de Ernest Hemingway, e acorda seus pais no meio da noite para expressar sua frustração? Ou quando Tiffany sente repulsa  e "arma um escarcéu" pela atitude de Pat ao (quase) dizer que ambos são tão diferentes e que ela é tão louca quanto ele? São detalhes que tornam o longa tão divergente dessa massa de produções que formam o abismo de trivialidades e vulgaridades que muito se vê por aí. Concorrendo a oito categorias do Oscar – incluindo Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Ator e Melhor Diretor – o filme prova que é possível fazer uma comédia ao modo hollywoodiano, sem cair no previsível ou no piegas e contar uma história verdadeiramente humana, com personagens sinceros que, mesmo quando exagerados, não parecem irreais.

***** (4,5/5)


Bradley Cooper e Jennifer Lawrence fazem o casal bipolar sem escrúpulos em O Lado Bom da Vida

por Léo Balducci

Muitas pessoas acabam sendo esmagadas pelas grandes metrópoles e se perdendo diante de tantos problemas que permeiam sua vida e se esquecem do principal: ser feliz! Viver não se trata apenas de ter dinheiro ou se ocupar por horas do dia, mas sim achar um propósito em sua vida e aproveitar todas as oportunidades que possam surgir sem ter receio das consequências que isso possa causar, registrando sempre os bons momentos e se apegar naqueles que valem a pena. Os problemas? Bom, isso todos temos, mas é você quem dá uma dimensão grande ou pequena para eles, às vezes basta se deixar levar pelo simples suspiro do vento ou sentir o aroma esplêndido do seu amor.

Em O Lado Bom da Vida exploramos o máximo e o mínimo, a ingenuidade e a perversão, o correto e o errado, o direto e o indireto. A narração de David O. Russel dá o sentido à trama que giram e torno de Pat Solitano (Bradley Cooper), um homem bipolar que acaba de sair da reabilitação após quase ter assassinado o cara com que sua mulher o traiu, e acaba conhecendo Tiffany (Jennifer Lawrence), pervertida agressiva que não consegue aceitar a morte repentina de seu marido. Apesar de Pat preferir não se envolver com ninguém no momento, já que se ilude constantemente com a possibilidade de voltar a viver com sua mulher, ele não vê outro modo a não ser ceder aos pedidos de conversar com Tiffany, onde daí nasce um companheiro intenso que chega a um concurso de dança.

É impecável o trabalho desenvolvido por Cooper e Lawrence, que cada vez mais se consagra como uma das maiores artistas da nova geração, por expressarem com exatidão todos os sentidos vividos por pessoas que possuem algum problema psicológico e deixa claro que é possível não se prender a essas doenças, basta só encontrar a si mesmo e não ter medo de viver. Além disso, outro destaque no longa-metragem fica por conta de Robert De Niro, que parece finalmente interpretar um papel que atinja todas as expectativas de sua atuação, fazendo o pai de Pat, que sofre de transtorno obsessivo-compulsivo e completa o enredo da produção por parte desse humor peculiar que é demonstrado a cada momento.

Não há como negar que “O Lado Bom da Vida” é um dos grandes destaques do cinema e merece esse reconhecimento por validar a essência de cada ser humano e seus sofrimentos rotineiros passivos e complementares que induzem ao seu próprio raciocínio da reflexão. É uma comedia-romântica diferente de qualquer uma, tendo em vista que não se influi de elementos superficiais ou romances excessivos, apenas mostra duas pessoas psicologicamente afetadas por seu comportamento após complicações familiares que tendem a desenvolver uma relação, que entre intrigas e boas apostas de ‘loucura’, conseguem priorizar o que há de melhor para se fazer: viver com amor! Excelsior!

***** (5/5)
Silver Linings Playbook, EUA, 2013
Direção: David O. Russell
Elenco: Jennifer Lawrence, Bradley Cooper, Robert De Niro
Duração: 2h 2min

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"SAG Awards 2013" traz boas surpresas e consagra os favoritos!

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por Léo Balducci

Vestidos elegantes, discursos, surpresas e muitas consagrações aconteceram na noite de domingo (27/01) com a 19ª entrega do “Screen Actors Guild Awards”, premiação votada pelos próprios atores do Sindicado dos Estados Unidos para os destaques do cinema e televisão. Não há como negar que essa é mais uma das grandes cerimônias que antecedem a entrega do "Academy Awards" (Oscar) e marca já o favoritismo de alguns e a indecisão dos ganhadores em outras categorias. 

Na televisão, “30 Rock” impressionou ao terminar a série recebendo os prêmios de “Melhor Ator em Série de Comédia” e “Melhor Atriz em Série de Comédia”. Por outro lado, “Homeland” continua cada vez mais se consagrando como uma das melhores séries dramáticas de todos os tempos, assim como “Downton Abbey” e “Breaking Bad”. Julianne Moore teve seu trabalho mais do que reconhecimento ao ser nomeada “Melhor Atriz de Telefilme/Minissérie” por sua atuação em “Virada no Jogo”. Já a estatueta de “Melhor Elenco de Comédia” ficou para “Modern Family”.

O cinema também mostrou um desempenho bem mais dinâmico do que o “Globo de Ouro”, considerando as melhores atuações e direções impecáveis. Apesar de “Argo” ter ganhado por “Melhor Elenco”, foi Daniel Day-Lewis que levou para casa o prêmio de “Melhor Ator” por “Lincoln”. Enquanto isso, Anne Hathaway destaca seu favoritismo em levar o Oscar após deixar o SAG como “Melhor Atriz Coadjuvante” por “Os Miseráveis”. A queridinha Jennifer Lawrence não ficou com as mãos vazias e voltou para casa como “Melhor atriz” pela diferente comédia romântica “O Lado Bom da Vida”.

De uma maneira geral, parece que os próprios atores do Sindicato sabem escolher melhor os ganhadores em determinadas categorias do que seus fãs. O caso do “People’s Choice Awards 2013” realmente perdeu seu sentido após termos vitórias tão significativas no SAG, onde o “Globo de Ouro” ficou um pouco a desejar. As grandes apostas para o Oscar estão ao ponto de que “Lincoln” e “Argo” devem disputam acirradamente por ganhar nas categorias indicadas, onde se dá praticamente como certo a vitória de Anne Hathaway depois de tantas evidências de ser a mais favorita. No entanto, tudo é possível quanto se pensa em Oscar!

Confira a lista completa de ganhadores:

Melhor Ator Coadjuvante: Tommy Lee Jones, por Lincoln 
Melhor Atriz Coadjuvante: Anne Hathaway, por Os Miseráveis 
Melhor Elenco de Série de TV Comédia: Modern Family 
Melhor Ator de Série de Comédia: Alec Baldwin, por 30 Rock 
Melhor Atriz de Série de Comédia: Tina Fey, por 30 Rock 
Melhor Atriz de Telefilme/Minissérie: Julianne Moore, por Virada no Jogo 
Melhor Ator de Telefilme/Minissérie: Kevin Costner, por Hatfields & McCoys 
Melhor Ator de Série de Drama: Bryan Cranston, por Breaking Bad 
Melhor Atriz de Série de Drama: Claire Danes, por Homeland 
Melhor Elenco de Série de Drama: Downton Abbey 
Melhor Atriz: Jennifer Lawrence, por O Lado Bom da Vida 
Melhor Ator: Daniel Day-Lewis, por Lincoln


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Review: "A Última Casa da Rua" é o suspense sem suspense!

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por Léo Balducci
A maioria das pessoas consegue assumir várias personalidades ao mesmo tempo, o que chamamos de bipolaridade de comportamento, e que favorece o surgimento de vários acontecimentos diferentes e da reação inoportuna de cada um. Esse fator está sendo usado abundantemente  nos estúdios de Hollywood, o que de alguma maneira começa a gerar sentidos repetitivos ao espectador, mas na verdade o problema não está no que mas sim no modo como está sendo representado. Se estiver achando meio confuso toda essa introdução, saiba que é exatamente assim que qualquer um fica após assistir “A Última Casa da Rua” sem um pré-conhecimento do gênero!

Começamos o filme com as típicas cenas de assassinato – que não é nenhum problema, desde que haja sentido – e temos a sensação de estarmos diante de uma produção que possa render alguns minutos de suspense excessivo. Nada passa despercebido pelos olhos atentos do espectador, inclusive a falta de sangue nas cenas. Logo mais adiante, somos guiados para a vida de uma garota que acaba de se mudar com sua mãe para uma nova cidade, em busca de conforto após alguns conflitos familiares. O que ela mal imagina é que tem como vizinho a casa da qual todos comentam na cidade pelo assassinato, descobrindo que o filho do casal morto pela filha, e único sobrevivente, continua morando lá. A partir daí, os acontecimentos são propiciados pelas más construções de cenas e precário sistema de diálogo, já que toda a expectativa desenvolvida durante o filme nunca acontece!


À primeira vista, o único motivo para se interessar por essa trama não é o cartaz, nem a sinopse e nem mesmo o trailer, é Jennifer Lawrence. A atriz que está ganhando cada vez mais destaque no cinema é a protagonista e a única que consegue trazer a pequena essência do filme, mesmo que de forma disfarçada.  O suspense, acrescentado realmente apenas nos últimos minutos de filme, não serve para salvar a produção, que além de impedir que o espectador entenda seu contexto ainda se priva de colocar os típicos e chatos momentos em que o vilão parece ter um momento de se vingar – e isso se repete constantemente. Talvez o principal fator para isso se dê pelo fato do roteiro do longa ter sido feito há quase 1 década antes da produção realmente sair do papel,  e sua reformulação não foi o suficiente para trazer uma trama inteligente e de conteúdo.

“A Última Casa da Rua” se a junta a outras centenas de títulos fracassados do cinema e que não merecem nenhum respeito quando o assunto é qualidade. O filme se resume a uma trama fraca, personagens posicionados de forma errada na história e cenas priorizadas pelo suspense barato e sem partir de elementos visuais com ênfase em sentimentos. Só pelo cartaz do longa, já poderia se esperar um filme com muita ação e momentos de "roer as unhas" e da personagem suja de tanto fugir, mas se mostra estagnado no comum. Não há como negar que a história tinha tudo para ser boa, mas se perdeu diante do que realmente quer dizer o gênero suspense!


* (1/5)

(House At The End Of The Street, EUA/Canadá, 2012)
Direção: Mark Tonderai
Elenco: Jennifer Lawrence, Max Thieriot, Elisabeth Shue
Duração: 1h 41min

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