Review: "A Última Casa da Rua" é o suspense sem suspense!
por Léo Balducci
A maioria das pessoas consegue
assumir várias personalidades ao mesmo tempo, o que chamamos de bipolaridade de
comportamento, e que favorece o surgimento de vários acontecimentos diferentes
e da reação inoportuna de cada um. Esse fator está sendo usado abundantemente
nos estúdios de Hollywood, o que de alguma maneira começa a gerar
sentidos repetitivos ao espectador, mas na verdade o problema não está no que
mas sim no modo como está sendo representado. Se estiver achando meio confuso
toda essa introdução, saiba que é exatamente assim que qualquer um fica após
assistir “A Última Casa da Rua” sem um pré-conhecimento do gênero!
Começamos o filme com as típicas cenas de assassinato – que
não é nenhum problema, desde que haja sentido – e temos a sensação de estarmos
diante de uma produção que possa render alguns minutos de suspense excessivo.
Nada passa despercebido pelos olhos atentos do espectador, inclusive a falta de
sangue nas cenas. Logo mais adiante, somos guiados para a vida de uma garota
que acaba de se mudar com sua mãe para uma nova cidade, em busca de conforto
após alguns conflitos familiares. O que ela mal imagina é que tem como vizinho
a casa da qual todos comentam na cidade pelo assassinato, descobrindo que o
filho do casal morto pela filha, e único sobrevivente, continua morando lá. A
partir daí, os acontecimentos são propiciados pelas más construções de cenas e
precário sistema de diálogo, já que toda a expectativa desenvolvida durante o
filme nunca acontece!
À primeira vista, o único motivo
para se interessar por essa trama não é o cartaz, nem a sinopse e nem mesmo o
trailer, é Jennifer Lawrence. A atriz que está ganhando cada vez mais destaque
no cinema é a protagonista e a única que consegue trazer a pequena essência do
filme, mesmo que de forma disfarçada. O suspense, acrescentado realmente
apenas nos últimos minutos de filme, não serve para salvar a produção, que além
de impedir que o espectador entenda seu contexto ainda se priva de colocar os
típicos e chatos momentos em que o vilão parece ter um momento de se vingar – e
isso se repete constantemente. Talvez o principal fator para isso se dê pelo
fato do roteiro do longa ter sido feito há quase 1 década antes da produção
realmente sair do papel, e sua reformulação não foi o suficiente para
trazer uma trama inteligente e de conteúdo.
“A Última Casa da Rua” se a junta a outras centenas de
títulos fracassados do cinema e que não merecem nenhum respeito quando o
assunto é qualidade. O filme se resume a uma trama fraca, personagens
posicionados de forma errada na história e cenas priorizadas pelo suspense
barato e sem partir de elementos visuais com ênfase em sentimentos. Só pelo
cartaz do longa, já poderia se esperar um filme com muita ação e momentos de
"roer as unhas" e da personagem suja de tanto fugir, mas se mostra
estagnado no comum. Não há como negar que a história tinha tudo para ser boa,
mas se perdeu diante do que realmente quer dizer o gênero suspense!
* (1/5)
(House
At The End Of The Street, EUA/Canadá, 2012)
Direção: Mark Tonderai
Elenco: Jennifer Lawrence, Max Thieriot, Elisabeth Shue
Duração: 1h 41min