Review: O terror está de volta em "Invocação do Mal"


E o diretor James Wan aparece mais uma vez para mostrar que terror de verdade não precisa de vários efeitos especiais, mas sim de um enredo de qualidade e, claro, bons sustos (de dar medo)! Após se consagrar com o primeiro Jogos Mortais e Sobrenatural, ele vem provar esse conceito fazendo jus aos clássicos do gênero, que não usavam milhões de dólares para causar emoções no público, em Invocação do Mal. Com um elenco muito bem escalado, tudo parece rodear aos típicos clichês assustadores, porém isso é usado de maneira a realmente causar um impacto maior aos espectadores.

Já no início, uma citação propícia traduz as expectativas de quem anseia por um terror repleto de cenas com sustos contínuos, que se intensificam após a simbólica frase “Baseada em Fatos Reais” – seguido do título da produção com uma ótima escolha de música de fundo, atribuindo notas agudas e graves que são de dar medo. Invocação do Mal decorre dos casos do casal de demonologistas Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga), que são convidados a investigar uma suspeita ocorrência de possessão demoníaca numa casa no campo pertencente a um casal com cinco filhas. Até então, nenhuma novidade, afinal já se tornou hábito ter uma casa mal-assombrada, filhos que sentem espíritos e um porão assustador. No entanto, o modo como esses pontos são tratados se tornam essenciais para despertar o interesse do público, assim como as ótimas atuações de Lili Taylor e Ron Livingston como a mãe e pai desesperados por um suporte nessa situação apavorante.



Cada singularidade das pessoas apresentadas ao longo da trama proporciona essa conexão entre para quem “roer as unhas” e gritar “você vai morrer” (“volta para a cama”), principalmente as filhas – que, de maneira geral, antecipam o susto. Para induzir essa percepção, temos um incrível patamar de visões, que partem das câmeras filmadas desde o pescoço do pai até de ponta cabeça – que contribuem para o sentido de ritmo. Vale ressaltar a intensidade que cada aparição expressa em função de ter ou não aqueles sons de suspense. Por falar na trilha sonora, temos que dar todos os méritos aos métodos de tentar prevalecer o silêncio como forma de assustar (mesmo quando o suspense já foi revelado), afinal menos pode ser mais. Outra questão é também a maquiagem, que aqui é adotada de modo bem simples (fantasmas tem rostos pálidos) e remete aos casos clássicos dos filmes de terror – onde causa mais pavor por figuras como Regan de O Exorcista do que os mínimos detalhes seguidos no remake de A Morte do Demônio. Desse modo, as cenas surgem como usuais e retratam algo exibicionista, que motivam a profunda inter-relação entre o espectador e os personagens.

Por fim, é como se todo o clima estimulado pela trama deixe as pessoas asfixiadas por esse medo que tomou conta da família e do casal demonologista e mostra mais um painel de ótimos trabalhos colecionados por James Wan. De qualquer maneira, fique sempre alerta para seus relógios não pararem às 3h07!





The Conjuring
Diretor: James Wan
País de Origem: EUA
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Lili Taylor
Distribuidora: Warner Bros. / New Line Cinema
Ano de Lançamento: 2013
Duração: 1h 50min

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