Review: Justin Timberlake traz para o presente o melhor do passado em "The 20/20 Experience"


Foi meio que de surpresa quando Justin Timberlake anunciou seu retorno na música e prometeu trazer um pouco mais de sua sonoridade Pop e R&B nas rádios, quebrando um pouco o ‘clima’ de tanto dubstep. E parece até que o tempo não passou! Ele conseguiu suprir tudo aquilo que seus fãs ansiavam dos álbuns anteriores e de quebra ainda proporcionou a sensação de que nem se passaram seis anos desde que Futuresex/Lovesounds chegou às prateleiras das lojas. The 20/20 Experience chega como uma forma de reviver esse gênero tão abusivo que foi deixado de lado, sem contar incríveis composições em meio à sonoridade de suas letras (ou poesias).

Logo de cara, já nos deparamos com a deliciosa Pusher Love Girl exibindo bases instrumentais impecáveis, indo na pegada do jazz e passando por suas suaves batidas que nos amparam no pouco mais de 8 minutos de música. Suit & Tie, o carro-chefe do álbum, se junta na sequência, mas mostra um desempenho bem mais pessoal e não tão intenso quanto ao resto do repertório. Já Don’t Hold The Wall nos permite apreciar um pouco da produção de Timbaland, que mesmo tendo participado da produção de todas as outras canções, ganha mais destaque nessa, principalmente, pelas repetições tão harmônicas e num ritmo meio indiano do título da faixa. É claro que Mirrors se consagra como uma das melhores, dominando completamente o cargo de ser a baladinha com o melhor filler. As grandes considerações vão para Tunnel Vision, que parece tão singelo que nos remete a outros hits do cantor, como Cry Me A River. No entanto, nossa grande aposta como próximo single é Let The Groove Get In, que não hesita em mostrar um ritmo mais acelerado enquanto usa de várias batidas para comprovar a melodia tão bem imposta na letra meio chiclete (referências de Michael Jackson são evidentes aqui).



Saindo da zona de conforto (mas nem tanto), temos Blue Ocean Floor. Timberlake conseguiu muito bem produzir uma faixa que, além de expressar suas expectativas, também trouxe uma musicalidade mais explorada dele, caminhando por padrões mais calmos e um tanto à lá Lana Del Rey. Apesar de ser um pouco triste e dramática, ela dá um sinal tão claro de sentimentos profundos que é inevitável não se pegar imaginando no nada descrito. Dress On e Body Count são faixas da Edição Deluxe e mesmo sendo um tanto específicas, não acrescentam muito ao repertório – principalmente a primeira. As demais seguem como um balanço bem estudado pelo cantor e apropriado para dar a sequência ideal que o álbum precisa (para não se perder só no R&B ou nos fillers), mesmo que as maiores (temos de até 8 minutos) possam parecer meio cansativas.

Concluindo, The 20/20 Experience tem tudo o que os amantes de R&B gostam e ainda um pouquinho mais do charme e inspiração de Justin Timberlake, que se entregou ao passado e soube administrá-lo ao contemporâneo. Não é nenhuma revolução mirabolante do mundo pop, mas consegue, sem exagerar, inserir um pouco do contexto de qualidade, tornando-se extremamente satisfatório saber que suas músicas estão conquistando o atual público – tão acostumados com refrões eletrônicos. E parece que Novembro tem a segunda parte, só torcemos para que não precisemos nunca mais esperar por mais seis longos anos!



Artista: Justin  Timberlake
Álbum: The 20/20 Experience
Lançamento: 19 de Março de 2013
Selo: RCA/Sony
Produção: Timbaland, Jerome "J-Roc" Harmon
Duração: 1h 30 min
Gênero: R&B/Pop

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