Review: Avril Lavigne e seu 'verdadeiro eu' POP em seu novo álbum



Com uma carreia cheia de bons hits para se orgulhar, Avril Lavigne prometeu retornar ao cenário musical e mostrar para seus fãs e o mundo quem ela realmente é. Não é fácil compor um álbum que consiga agradar a todos, mas seu disco autointitulado sugere que tantas o ritmo das músicas quanto suas letras sejam autênticas e muitos chegaram a criticá-la por se render ao pop chiclete e até um dubstep básico. Mas alguém já parou para pensar que talvez ela goste mesmo de cantar isso? Não que seu estilo “bad girl” com os outros álbuns fujam de sua personalidade, mas aqui devemos encontrar o verdadeiro estilo que ela se identifica.

Depois de uma conturbada época de desentendimentos com sua gravadora RCA Records, ela resolveu se livrar de qualquer vínculo que pudesse prendê-la e desenvolver sua música livre. Assinando com a Epic Records – que, por incrível que pareça, também é da Sony – e assessorada por LA Reid, ela finalmente conseguiu se soltar e apresentar um bom trabalho. Sim, Avril Lavigne é um repertório que merece respeito, trazendo uma Avril mais confortável, pura e ótima para os charts – afinal ela também precisa vender para viver. É lógico que algumas faixas soam bem genéricas, mas nada que pudesse comprometer a integridade da cantora.

Abrindo o material, ela mostra que ainda tem raízes no Rock N Roll – aquele solo é o encaixe perfeito de pós-refrão. A música é um pop bem chiclete e pode até deixar alguém pensar que Avril é a garota malvada que só quer ostentar seu dedo do meio para todos, mas não se enganem, ela cresceu e está pronta para assumir seus riscos. Risco esse que podemos ver em Here's to Never Growing Up. Criando todo um clima se voltaria ou não para o bom e velho rock de sempre, a faixa radiofônica deixa a desejar para seus fãs mais esperançosos. Ela canta versos sobre nunca crescer, o que até se relaciona com as zoações que vemos por aí dela ter seus 30 anos com cara de 17. É tudo para se divertir e não se preocupar, sendo inegável que não seja uma zona de conforto para qualquer artista que queira se aventurar pelo gênero. No entanto, 17 apresenta uma proposta bem mais interessante. A faixa poderia muito bem servir como carro-chefe do álbum e não duvidamos que possa vir a ser single, soando uma familiaridade com os ritmos que Avril costumava cantar antes (só falta mesmo a melodia de rockeira).


Temos nossas preferidas, como Bitchin' Summer, Give You What You Like e Hello Kitty. A primeira surge como o real grande salto de Avril, passando por um pop rock bem feitinho e cheio de recursos mais verão (vide a melodia indie). Ela até dá uma abusadinha em uns versos de rap, contudo nada que contrarie ela mesma. A segunda é aquela baladinha que te pega na primeira ouvida, sendo singela e até tímida. Temos aqui boas batidas que acrescentam um bom ritmo aos instrumentais. E quanto à terceira? Usando um dubstep bem pesado, a música da bonequinha sem boca é uma bela foram de homenagear seus fãs asiáticos. É visível como a faixa se inspira no pop coreano (para ter toda a certeza, basta prestar atenção no sotaque).

E para quem reclama da falta de rock, eis que temos Bad Girl! Essa é uma daquelas parcerias do capeta que tem a presença mais que ilustre do nosso enviado Marilyn Manson. Quem curte um rock mais cru e com uma pegada com ritmos de Joan Jett, é sua pedida perfeita. Partindo para outra, Let Me Go é o dueto com seu marido, Chad Kroeger. No próprio clipe, Avril faz a fantasminha camarada arrependida que está na solidão no outro lado. A música em si possui um arranjo de dar inveja nas baladinhas mais cobiçadas pelos charts – apesar de não estar nele. É pura e bonita de se ouvir! Provando que não é um álbum sem sentido, ainda temos You Ain't Seen Nothin' Yet e Sippin' On Sunshine. Elas seguem o padrão pop chiclete, mas não é que nós gostamos. Elas são ótimas para dar uma de Taylor Swift cantando no microfone de escova. Enquanto isso, Hush Hush é a balada mais sentimental e crua do repertório. Mais do que nos identificarmos, podemos garantir que ela vai além de nossos momentos de fossa.  E para não dizer que não falamos das piegas, cometamos que Hello Heartache e Falling Fast são os típicos casos de paixonite aguda e vale para quem está sofrendo das ilusões do amor!

Soltando o que interessa, Avril Lavigne não fez nenhuma reinvenção dela mesma no álbum e culpá-la por cair de vez no pop não vai trazê-la de volta. Aceitem, essa é a Avril e o que ela gosta de cantar! Dar seu nome ao disco só reforça essa afirmação e por mais que ela não venha a conquistar um grande espaço no gênero, soube se impor e mostrar para o que veio. Ela não quer crescer, somente te convida para cair de cabeça na sua Terra do Nunca, onde diversão e tristeza andam juntas (e sempre andarão)!




Artista: Avrl Lavigne
Álbum: Avrl Lavigne
Lançamento: 5 de Novembro de 2013
Selo: Epic / Sony
Produção: L.A. Reid, The Runners, David Hodges
Duração: 47min
Gênero: POP


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