Review: Justin Timberlake te faz ver tudo mais POP e R&B com a segunda parte do "The 20/20 Experience"




E quando Justin Timberlake anunciou que estaria lançando seu retorno à indústria da música, nós, meros mortais dependentes de músicas de qualidade, mal poderíamos imaginar que ele estava também preparando uma segunda versão para impressionar ainda mais nossos ouvidos e conquistar qualquer crítica que se preze. Não estamos colocando aqui o cantor num pedestal, muito pelo contrário (entenderão mais para frente), mas a música se encontra atualmente numa “regradação” de ritmos, onde antes quanto mais batidas e breaks eletrônicos uma música tem, mais superior ela seria em questão de produção. No entanto, isso está se invertendo! Letra importa mais do que batida, o que realmente é muito bom – mesmo que o eletrônico possa continuar presente. Não estamos questionando quem prefere uma farofa ou um instrumental, mas sim como a música evolui com o passar do tempo. Prova disso está nos charts – que de uma forma ou de outra, refletem o parecer do público -, onde canções “menos” produzidas estão dominando como os claros exemplos de Blurred Lines do Robin Thicke, We Can’t Stop da Miley Cyrus e por quê não Roar da Katy Perry!

Mas afinal o que Justin Timberlake tem haver com isso? Bom, T-U-D-O! Ele é um dos principais responsáveis por trazer toda essa tendência de que música boa não precisa te fazer dançar, mas sim sentir. Agora, lançando a segunda parte do The 20/20 Experience, ele deixa muito claro que, apesar de abordar uma melodia mais R&B em suas composições, um álbum precisa vender e decidiu apostar num trabalho bem comercial – não que a primeira parte não fosse, mas exibia muito mais força em inspirar do que vender, o que deu certo em ambos os sentidos.  O repertório do The 20/20 Experience – Part 2 of 2 é o símbolo de como a música muda, aproximando-se muito mais do conteúdo do FutureSex/LoveSounds. Porém, vamos por partes!

Começando com Gimme What I Don’t Know (I Want), temos aqui uma ótima introdução (para não dizer perfeita), usando a repetição do título intensamente no refrão – o que costuma acontecer bastante -, utilizando um coro de início e partindo para as batidas de palmas. Indo na sequência, talvez tenhamos aqui o mais comercial de todo o álbum! True Blood cairá muito bem como um futuro single (e é dele nossa aposta de 3ª música de trabalho do disco), e mesmo que os versos do começo possam não nos pegar na primeira ouvida, o pré-refrão faz isso muito bem, sem mencionar a melodia já customizada com batidas mais ágeis e até uma gingada de electro. Cabaret também cumpre seu papel diante do repertório bem estruturado, fazendo uso também de algumas repetições (o que com Drake ou sem Drake, daria no mesmo). Depois encontramos a animada TKO, que nos soa como algo que já tenhamos ouvido antes, como se fosse também da primeira parte – aqui nossa mais clara primeira associação com a proposta do disco. Ela é também bem comercial, principalmente no refrão e nas “pepecas”, mas nada que um soco em outro round não resolva. Take Back The Night continua com a vibe de pura energia, nada pretensioso, entretanto é a aquela boa visão que gostamos de ouvir do JT – e somos totalmente pegados pela noite com o pós-refrão partindo de trompetes, saxofones, trompas e estilos do gênero.

  

Depois disso, já estamos tomados pelo álbum e sua sonoridade e aqui as coisas começam a acelerar, a começar por Murder. Os versos são ditos de forma mais rápida e faz um crescente vocal com o ritmo com mais sintetizadores. Em outras palavras, é um belo assassinato com alguns estalados de dedos e uma jogada de dubstep quase despercebido no refrão, e claro, na presença do companheiro JAY-Z. Não duvidamos que venha a ser single! E o que seria esse Drink You Away? A música apresenta uma melodia que lembra bem o country, mas acaba quando o teclado entra para nos deixar mais familiarizado com o R&B. Mas não passa muito de algo que nós bebemos e vamos embora! You Got It On já chega para quebrar isso e ataca mais no comercial, de novo! Insistimos em comentar sobre isso, pois o disco realmente se rende aos estilos mais atuais, o que não é ruim e caiu muito bem nessa faixa. É confortável de ouvir, mas 5 minutos chega a cansar um pouco. Amnesia vem para nos fazer esquecer um pouco dessas distrações e continua com o gênero imposto pelas demais canções, nada que até então valha a pena se esforçar muito para lembrar, mas nos surpreendemos com os versos e ritmos que vem após a primeira parte da faixa, numa melodia bem agradável de se ouvir (pena que dura pouco). Only When I Walk Away é bastante repetitiva e gostamos disso. A voz de JT parece um pouco autotunada, mas o ritmo contagia mesmo e é uma das melhores nesse sentido! Not A Bad Thing é a mais longa (11 minutos) e última da versão Standard, sendo um ótimo final, e uma daquelas típicas melosas e românticas que tanto adoramos ouvir.

Se você chegou até aqui depois de canções bem extensas, saiba que ainda temos as da edição Deluxe! Blindness e Electric Lady são belas continuações para um fim e trazem mais bons ritmos para nossos ouvidos, ou seja, nada de inovador, apenas bom!

Por fim, sabemos que a segunda parte pode não ser tão incrível assim quanto a primeira, porém se juntarmos as duas, temos uma ótima coleção de faixas bem estruturas e prontas para aquele ouvinte que se interessa mais por letras do que por batidas. A música está sempre em transformação e é bom saber que teremos um Justin Timberlake para nos poder fazer ver e ouvir isso melhor (só esperamos que não demore novos 6 anos)!




Artista: Justin Timberlake
Álbum: The 20/20 Experience - Part 2 of 2
Lançamento: 30 de Setembro de 2013
Selo: RCA/Sony
Produção: Timbaland, Harmon
Duração: 1h 24min
Gênero: R&B/Pop

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