Por que assistir "2 Broke Girls"?
Se existe uma comédia que não inibe
preconceitos e usa sátiras sem escrúpulos do cotidiano, essa é “2 Broke Girls”!
A série se mostrou uma forte concorrente dos maiores sitcom dos Estados Unidos,
como “The Big Bang Theory” e “Modern Family”, ao apresentar um enredo tão
condizente com os dias de hoje que fica inevitável não rir, sequer uma vez, com
as piadas internas e inegavelmente engraçadas de Max e Caroline. As duas amigas
“botam pra quebrar” e não hesitam em passar pelas situações mais embaraçosas e
desagradáveis possíveis para tirar risadas dos espectadores, dando de praxe uma
audiência bem satisfatória para os patrões altos da CBS (ela, geralmente,
domina as noites de segunda dos shows roteirizados).
A produção narra à busca de Max (Kat Dennings), pobretona que
convive desde o berço com as nuances da vida sem dinheiro, e Caroline (Beth Behrs), a filha rica da
família Channing que perdeu tudo, para almejarem seu maior sonho: abrir uma
loja de cupcakes. Ambas trabalham como garçonetes numa lanchonete, onde a maior
parte das piadas é tirada, e dividem um apartamento em Williamsburg, no Brooklyn, Nova York. Além disso, temos
personagens como Han (Matthew Moy), o coreano dono da
lanchonete em que as garotas trabalham e que é alvo de “zoação” delas por ser baixo e um pouco
afeminado para o gosto de muitos, Oleg (Jonathan Kite), o cozinheiro safadão
que não perde uma oportunidade de falar ou insinuar ações sexuais, Earl (Garrett Morris), o nada administrador da lanchonete que parece
sempre estar chapado, e Sophie (Jennifer Coolidge), a polonesa vidrada
em sexo (parceira de Oleg nisso) que ama cupcakes e que não evita em ser a mais
inconveniente e engraçada do grupo.
Todo o caminho que as duas garotas fazem para tentarem abrir sua nova loja vai por água a baixo na maioria dos episódios, principalmente, por acontecimentos inusitados que liberam o melhor do equilíbrio cômico das personagens. Ao final de cada episódio, temos as cifras dos dígitos de quanto elas conseguiram juntar (que acaba por ser bem desastroso). Não há como negar que a série é bem basicão e popular, abusando dos privilégios que recebe e não se prendendo a conceitos comuns ou normais estabelecidas. Na verdade, temos muitas piadas preconceituosas (que parte mais da Max) e que dão todo o ritmo que a sitcom precisa para atrair e satisfazer seu público, afinal vivemos num mundo em que o bullying é constantemente citado como forma de agressão moral, mas que se esquecem de sua própria moralização perante sua ética e comportamento na sociedade. Faz parte “zoarmos” (com a dosagem certa) a personalidade de cada um, e 2BG sabe muito bem como fazer isso com os diferentes estereótipos.
Enfim, “2 Broke Girls” é àquela série que te faz rir dos outros, porém mais
pelo que eles representam diante de uma cidadania tão imperfeitamente
questionável em que todos podemos fazer o que quisermos desde que arcarmos com
as consequências. Não é nenhuma comédia leve, muito pelo contrário, e é
exatamente isso que a faz um sucesso, assumindo a posição de apenas entreter
num humor às vezes negro sem preceitos!