05 bons soundtracks de 2012 que merecem destaque

por Amanda Prates

O que seriam dos filmes sem as trilhas sonoras, não é mesmo? Todo bom (ou qualquer um) longa-metragem sempre precisa vir acompanhado de boas músicas (e de ruins também) para embalar aqueles momentos marcantes da história/estória ou para servirem de resumo de sua essência. Em 2012, o número de produções foi considerável e junto a elas, diversos soundtracks se destacaram. Por isso, a gente separou 5 não melhores, mas boas trilhas sonoras (afinal, não assistimos nem a um terço de filmes do ano passado para nos dar o direito de eleger as que se destacam) que se fizeram tão importantes quanto o próprio conjunto roteiro+direção+elenco, como um todo. Confira e compartilhe conosco os soundtracks que, para você, foram capazes de fazer valer o dinheiro do ingresso pro cinema e aquelas que só somaram pontos ao filme.

1º As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower)

Se The Perks of Being a Wallflower não tivesse o soundtrack que tem, talvez a mensagem inspiradora que este carrega não teria sido o suficiente para torná-lo um dos melhores filmes desta década, em todos os segmentos. No roteiro adaptado de seu próprio livro, Stephen Chbosky faz o que pouquíssimos diretores/roteiristas conseguem: combina tantos elementos numa única produção que, sem nenhuma dificuldade, te faz sentir-se diferente depois de sair da sala do cinema. E um desses elementos indispensáveis é justamente sua trilha, que tem mais destaque no livro. A tracklist vai de The Smiths a David Bowie, passando por New Order e Sonic Youth. Nada aqui é colocado por acaso, e se você souber o que cada canção quer dizer, colocar-se-á na história e sentirá um pouco de cada personagem dentro de si, principalmente de Charlie, a alma encantadora da história. Sobre as canções, o próprio Chbosky afirma “Todas elas são grandes em sua própria maneira. E uma vez que essas músicas muito significaram para mim, eu só queria que vocês as tivessem como trilha sonora para a sua vida”. Em “Asleep”, The Smiths canta “There is another world/There is a better world/Well, there must be” e faz da canção o início de mudanças na vida de Charlie. “Heroes”, David Bowie, reflete facilmente o personagem encurralado entre o desejo de viver sua própria vida e ao mesmo tempo fugir dela. Todas essas canções, sem dar prioridade a alguma, conseguem por si só, captar todos os extremos da juventude daquela época.

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2º O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook)

Se há um filme que teve seu soundtrack escolhido a dedo e que representa bem seus personagens – individualmente ou em conjunto –, esse filme é Silver Linings Playbook. A direção/roteiro de David O. Russell pode não ter levado a estatueta principal do Oscar, mas só numa análise rápida do tracklist de sua trilha sonora que desejo não faltará para assistir ao longa. Com suas ótimas 14 faixas, o disco vai do jazz ao pop, passando por cortes clássicos como Bob Dylan. Danny Elfman (conhecido pelas trilhas de Batman, Big Fish e Alice in Wonderland) foi a escolha ideal para compor a lista de canções, duas delas de sua autoria e instrumentais. “My Cherie Amour”, de Stevie Wonder, é o grande destaque. A canção que enlouquece Pat, por ter tocado na festa de seu casamento com Nikki, é um dos grandes deleites do álbum, com sua batida jazz envolvente. Jessie J também compôs e interpretou uma canção especialmente para o filme. “Silver Lining”, apesar de soar estranha numa primeira audição, é a que melhor resume a relação de Tiffany e Pat, de uma forma mais contemporânea e um tanto inusitada por suas batidas mais animadas, algo não tão comum nas outras faixas. Rare Earth, alt-J e Crabcorps, dentre outros, emprestam suas canções à compilação que condensa muito bem a essência do longa-metragem.

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3º LOLA (LOL)

A história e a produção de LOLA podem não ser lá das melhores, mas seu soundtrack é um dos pouquíssimos (isso mesmo o que você leu, POU-QUÍS-SI-MOS) motivos que te fazem assistir ao filme até o final. Este é, definitivamente, um dos destaques do filme que te surpreende (e é não exagero da minha parte). Bem, para um filme adolescente, era de se esperar canções atuais e grudentas do pop teen (como uma canção da própria Miley). LOLA tem isso, claro, mas tem também o rock da Keane (com a ótima “Somewhere Only We Know”), o folk de Ingrid Michaelson (com “Everybody”) e o pop rock alternativo do Foster the People (com a deliciosamente animada “Houdini”). Mary Ramos triunfou (mais do que a própria diretora/roteirista) ao combinar a estas, músicas mais antigas, como “I'm Gonna Love You Just A Little Bit More, Baby” (Barry White) e “You Can't Always Get What You Want” (The Rolling Stones), clássicos dos anos 70 e 60, respectivamente. Jonathan Clay também empresta duas de suas autorias neutras, “Little Sister” e “Heart on Fire”. Lisa Azuelos não faz de seu roteiro diferente dos outros de mesmo gênero, mas pode ter garantido algumas pessoas a mais nas salas de cinema pelas canções que serviram de plano de fundo para suas subtramas tediantes (e pela Demi Moore também, né?).

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4º Os Miseráveis (Les Misérables)

Não é porque Os Miseráveis é uma adaptação de um musical da Broadway (que por sua vez fora adaptado da novela homônima de Victor Hugo), que sua trilha sonora está em destaque nesta lista. Tá, é sim, mas não deixar um lugarzinho reservado aqui seria praticamente um crime (e tá, não é pra tanto!), visto que as melhores canções clássicas da face da Terra (quase isso!) são destaques no filme e, claro, foram compiladas a outras em um soundtrack. Além dessas, a maioria dos diálogos (cantados, é claro!) também estão presentes no disco, e outras originais foram compostas especialmente para o musical, como “Look Down”, o cartão-de-visitas da história, e “Suddenly”, indicada ao Oscar e interpretada por Hugh Jackman. O grande diferencial desta soundtrack é que as interpretações das músicas, assim como no filme, não passaram por ajustes técnicos, por isso, nota-se de imediato as emoções dos personagens durante as canções. “I Dreamed a Dream” e “On My Own” podem sim serem as canções mais enternecedoras, na vozes de Anne Hathaway e Samantha Barks, respectivamente, mas não tiram o brilho das demais. 

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5º Django Livre (Django Unchained)

Enganar-se-á quem espera ouvir somente músicas de estilo essencialmente faroeste no mais recente filme de Quentin Tarantino, Django Livre. O seua soundtrack é, talvez, um dos mais inusitados do ano, uma vez que mistura gêneros do tipo rap, soul e jazz ao próprio estilo característico ao spaghetti western, quando, na verdade, se esperava o oposto. O repertório traz canções de Jim Croce, Luiz Bacalov e James Russo, além de outras compostas especialmente para o filme, como "100 Black Coffins", de Rick Ross, com participação de Jamie Foxx (quem interpreta Django), "Who Did That To You?", do John Legend, "Ancora Qui", com Ennio Morricone e Elisa, e "Freedom", de Anthony Hamilton e Elayna Boynton, a maior surpresa para essa que vos escreve. A parceria entre essas duas grandes vozes é a “coisa soul” mais incrível que eu já ouvi até agora. Definitivamente, Tarantino fez com que até o soundtrack de seu filme não passasse despercebido pelos olhos e ouvidos de seu espectador exigente.

[Ouça o álbum completo aqui]



Menções honrosas:

007: Operação Skyfall (Skyfall) - Ouça "Skyfall";
Ted (Ted) - Ouça "Everybody Needs a Best Friend";
Jogos Vorazes (The Hunger Games) - Ouça "Abraham's Daughter";
Um Homem de Sorte (The Lucky One) - Ouça "Correatown";
10º Para Sempre (The Vow) - Ouça "Pictures of You".



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