Os 15 melhores álbuns de 2012 lançados até outubro (Parte I de III)
por Amanda Prates
Que 2012 está
sendo O ANO para a indústria fonográfica, isso não se pode negar. Essa boa onda de fantásticos lançamentos já remonta o início de 2011, quebrando o rótulo de
ano “mais pra menos do que pra mais” de 2010. Adele, já no primeiro mês do ano
passado, surpreendeu o mundo com o hoje aclamadíssimo e melancólico 21 e fez-se conhecer nos quatro cantos
(ou mais) do planeta, consagrando-se cantora e voz do álbum do ano. Nos meses
seguintes, em maio mais precisamente, Lady Gaga estoura nas paradas seu grito
por liberdade e aceitação com Born This
Way. Setembro é a vez de Demi Lovato voltar renovada com o seu genial
Unbroken, arriscando (e acertando) no pop-eletrônico misturado a letras mais
confessionais, causando inveja às ex-Disney’s
stars.
Se 2011 foi um
ano fantástico para a música, 2012 não podia ser diferente. E é por essa razão
que o OQVPA resolveu aceitar o arriscado desafio de selecionar os 15 melhores álbuns de
2012, lançados até outubro, num post dividido em três partes.
15º Estrela Decadente – Thiago Pethit
Se o Berlim, Texas veio para trazer à tona o
talento do paulistano Thiago Pethit, o Estrela
Decadente se encarregou de completar o serviço e contagiar o país (quiçá o
mundo) com a genialidade do rapaz. O disco, que conta com 9 faixas, algumas
bilíngues (característica marcante da música do compositor e músico); traz um
Pethit mais intimista melancólico e transgressor, concomitantemente, transparecendo suas influências
cabarelísticas e resgatando o universo vaudeville
presente em Tom Waits e Kurt Weill e a cena underground
dos anos 60 e 70. Estrela Decadente
é a prova de que ainda se pode fazer sucesso com boa música no Brasil.
Ouça: Moon
14º The Absence – Melody Gardot
The Absence é a prova de que se pode
amar um álbum já na primeira audição. Colorido
e faz um tour pelas ruelas de
Portugal, pelos bares da Argentina e pelas praias ensolaradas do Brasil,
envolve e apaixona quem ouve pela voz aveludada e sensual de Gardot, com um
timbre que lembra a inconfundível Elis Regina. Surpreende pelas discrepâncias existentes
entre os últimos trabalhos (2009 e 2006), calcados em baladas jazz. As 11 faixas que o compõem estão
distribuídas entre o Português, Inglês, Espanhol e Francês, e surpreende como a
cantora e compositora norte-americana trabalha com os idiomas. Com produção de
Heitor Pereira, The Absence veio para
fixar a “cantora acidental” no cenário musical.
Ouça: Goodbye
13º Born and Raised – John Mayer
Com “Now and then/ I pace my place/ I can’t retrace how I got here” John
Mayer abre a faixa-título do seu quinto álbum de estúdio. Born and Raised revela o John mais
maduro e adulto, repleto de ótimas composições, mais country e acústico. A
sensação de tranquilidade transmitida em suas músicas vem aguçada no novo
trabalho, alvo de boas críticas e estreando no topo da Billboard, apenas com
divulgações pela internet e imprensa. Em The Age Of Worry, uma das faixas mais
brilhantes do disco, ele canta “Know your
fight is not with them/yours is with your time here”, e fala sobre
amadurecer e preocupar-se com a vida. Com sua voz doce e delicada, Mayer se
desapega de uma vida agitada e eleva seu disco nos rankings dos álbuns mais bem produzidos do ano.
Ouça: Shadow Days
12º The Bright Side – Meiko
Dona de uma voz
doce e ímpar e uma das melhores coisas que ouvi esse ano, me coloco no direito
de dizer: não há como não amar Meiko. A moça norte-americana que se lançou no
mercado musical em 2008 com seu álbum homônimo, volta harmonicamente com The Bright Side, lançado em maio último,
e que combina folk, indie e alternative a sua voz e pegada romântica e
envolvente. Ela, uma mistura de tudo que há de bom do soft country ao pop bem
elaborado , brinca “Cold then hot, you go
then shop/ she (he) loves me, she (he) loves not” com Kris Allen na baladinha
pop acústica “Loves Me Not”, do mais recente álbum do cantor. O “lado brilhante”
de Meiko é que ela pode lhe encher de felicidade e paixão ou deixá-lo doente.
Ouça: Stuck On You
11º Our
Version Of Events – Emeli Sandé
Comparada à dona do hit de sucesso “Someone Like You” desde
que surgiu no meio musical por sua voz grave e doce, em Our Version Of Events Emeli Sandé prova que só é Adele no nome. O
álbum conta com 11 brilhantes faixas e traz na escocesa uma deliciosa mistura
de Beyoncé e Adele, e é daqueles que se escuta uma vez, depois outra. Batidas dançantes,
levadas ritmadas e suavidade dão característica às letras românticas e de fácil
refrão. Sandé, em Maybe, uma das faixas mais viciantes, canta “Maybe you could stay a bit longer/ I could
try a bit harder/ We could make this work”, e revela seu lado ousado e
encantador. Com sua impressionante facilidade em passear por estilos diversos,
Emeli Sandé mostra porque desbancou o posto (até então fixo) de Adele no topo
de vendas no Reino Unido.
Ouça: Maybe