P!nk está toda meiga no amor em família no clipe de "True Love"


Ainda colhendo os furtos do prestigiado single Just Give Me A Reason, P!nk já se prepara para mais uma maratona de descobertas do amor e lançou o clipe para True Love, sua aposta para o verão norte-americano. A música é bem sortida e bonitinha ao estilo do que o amor tem de melhor: te amo (Word querendo me corrigir para amo-te), mas também te odeio! Esse é o verdadeiro amor, minha gente!

E se vocês pensavam que não poderia ficar mais meigo do que ver a nome-cor-de-rosa dando soluços de amor, temos a participação mais que fofíssima de sua filha, Willow, e de seu marido Carey Hart – que só pode estar no "true love" velocidade hard para estar aparecendo tanto assim nos vídeos de sua amada. Ao mesmo tempo em que vemos a cantora explodir nos efeitos de Chroma em pop arte – que tiveram alguns frames bem “faça-mal-feito” – e cenas de sua turnê, temos a incrível visão de Lily Allen (Ou, como ela prefere agora, Lily Rose Cooper) cortando cenoura na voltagem raivosa e fazendo uma vitamina bem “amor-quero-te-matar”. Depois de todo esse amor com açúcar barato, só falta nos reunirmos para fazer uma manifestação pedindo a volta de Lily Allen aos nossos ouvidos!

Veja o clipe (alguém aí ainda duvida de que a maternidade só trouxe o melhor da P!nk?):


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Review: Vários traumas do terror em "O Mistério das Duas Irmãs"


Esta cada vez mais difícil encontrar filmes de suspense de boa qualidade e que realmente façam jus ao gênero, independente de conterem artistas consagrados ou não, afinal foram várias alternativas exploradas que é praticamente impossível fugir do clichê (e até das típicas cenas do espelho, onde sempre tem alguém atrás quando a pessoa o fecha). Ao contrário de muitos, O Mistério das Duas Irmãs assume ser uma produção que se inspira na temática do suspense, porém consegue se reinventar em colocar na tela elementos mais usuais e perturbadores (pesadelos e visões são o que não faltam!).

Primeiramente, trata-se da refilmagem de um filme coreano que, por ventura, não causou uma boa impressão na crítica local e deixou algumas pontas soltas. No entanto, pode-se dizer que essa versão norte-americana soube deixar tudo muito bem redondinho e ainda por cima chocar (um pouco!). A trama acompanha Anne (
Emily Browning), que ao voltar para casa após passar intensos meses numa clínica de reabilitação traumatizada com a morte de sua mãe em um acidental incêndio, percebe que várias coisas mudaram, incluindo a suspeita relação de seu pai (David Strathairncom Rachel (Elizabeth Banks), a enfermeira que cuidou de sua mãe já doente. Ao lado de sua irmã Alex (Arielle Kebbel), ela descobre que sua madrasta esconde muitos segredos para uma pessoa tão bem apessoada e ainda de praxe investiga o incêndio, que parece ser bem proposital para um acidente. Todo o terror está ambientado nas cenas assustadoras (só que não) em que rostos desfigurados aparecem e nas vagas lembranças daquela terrível noite.



Enquanto o enredo parece ser tipicamente comum, o elenco se mostra forte em cada interpretação que reflete as expectativas das cenas. É lógico que o gênero impede que romances bobos ou dramas familiares sejam o centro da produção, porém essa relação é explorada na medida certa e contribui para criar climas e fazer o espectador compreender o que está acontecendo. Vale ressaltar que apesar de todo o conflito gerado, o terror mesmo não aparece e temos que nos contentar com um suspense bem engajado, que segue uma linha de raciocínio desgastante, mas proveitosa. Entre meios de causar espanto, o filme só se entrega totalmente no final, fazendo com que todos os mistérios sejam finalmente solucionados de maneira eficiente e conjunta. Há quem critique seu final bem “degustastativo”, mas há quem também preze pela surpresa (e ficar de boca aberta!). Sem contar que o filme tem os mesmos produtores de O Chamado - que por si só já é uma boa chamada para assistir!

Não há como negar que suspenses desse modo estejam ficando bem frequentes e solucionáveis (quem assistiu, entenderá), entretanto o que vale mesmo é o contexto em si e como ele dialoga com a premissa de uma jovem traumatizada. O Mistério das Duas Irmãs é uma sugestão muito bem indicada para quem ainda salienta por tramas psicológicas arquitetadas para um bom entretenimento!




The Uninvited
Diretor: Charles Guard, Thomas Guard
País de Origem: EUA, Canadá
Elenco: Emily Browning, Arielle Kebbel, Elizabeth Banks
Distribuidora: Paramount Pictures
Ano de Lançamento: 2009
Duração: 1h 27min

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Paramore sai de cena e dá lugar às animações frenéticas em clipe de “Anklebiters”


Em Now eles protagonizaram uma batalha colorida, em Still Into You se divertiram muito e novamente se renderam às cores em excesso, agora, em Anklebiters – mais recente trabalho de divulgação extraído do disco autointitulado lançado em abril – eles usam o colorido de maneira diferente e saem de cena para dar lugar às animações frenéticas, cheia de rabiscos e formas geométricas.

O clipe, que fora produzido pela designer Jordan Bruner, mostra espécies de pacman selvagens e em 3D que transformam-se em uma série de outras formas, um urso que anda de bicicleta e ouve música, por exemplo (!). As imagens, de diferentes formas e cores, animam o vídeo numa sucessão frenética e dão significação ao trabalho.

Vem assistir porque, além de bonitinho, tá conceitual e divertido:


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Eric Saade e sua historinha de retorno pra casa no hilário clipe de “Coming Home”


Eric Saade voltou, mas, se quiser, já pode voltar pra onde estava. O moço, que em maio lançou o EP Coming Home para preparar o terreno para o lançamento de seu terceiro disco – até então intitulado Forgive Me –, liberou ontem (24) o clipe para o carro-chefe que leva o mesmo nome do extended play. Se a intenção de Saade era protagonizar uma historinha de-volta-pro-meu-aconchego bem bizarra, troféus pra ele agora!

Brincadeirinhas à parte... mentira, continuemos, porque o clipe merece! O vídeo dirigido por Tobias Nordquist ​narra as peripécias de Saade e de como ele se perdeu no caminho pra casa e, senta, que lá vem história! Perdido no deserto (sim, ele foi parar no país dos mares de areia e sol escaldante!), o moço tenta voltar pra casa, mas antes ele aproveita pra ensaiar uns passinhos de dança, rolar da areia e exibir seu corpitcho sarado. Eis que do outro lado do continente, sua amada se mostra um tanto quanto preocupada e, sem nada pra fazer, resolve tomar uma ducha (!). Milhas e mais milhas percorridas (porém, não), Eric, finalmente, encontra um jeito de chegar em casa mais cedo: pega um atalho pela piscina (!).

Apesar de nada fazer sentido algum, Saade e seus produtores atingiram o grande propósito do clipe: exibir boas doses de takes com os músculos avantajados do rapaz (nããão que a gente esteja reclamando). Mesmo que a canção não seja tão boa (ela até que é legalzinha com suas batidas não tão eletrônicas como nos trabalhos anteriores), dava pra investir numa produção audiovisual menos bizarra!

Vem cá ver Eric Saade revelar como ele foi parar no deserto lá no finalzinho do vídeo: 


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Um Disclosure minimalista brinca com formas, cores e luzes em clipe para “F For You”

Eu não resisti, meio mundo de gente não resistiu e agora só falta você também se render ao charme e ao talento desse duo que ainda vai dar muito o que falar, Disclosure! Afinal, pra quê resistir a um som minimalista e uma batida que, se você já ouviu, foram poucas vezes? Guy e Howard Lawrence lançaram recentemente seu álbum de estreia, intitulado Settle, e juntos são, talvez, uma das grandes surpresas deste ano até agora. Fortemente influenciados por artistas eletrônicos de destaque, a dupla de irmãos faz um som com batidas mais consistentes e únicas, que podem fazê-lo associar imediatamente ao Lo-Fi-Fnk (não que ambos possuam o mesmo estilo electropop, afinal estamos falando aqui de visões, e nisso o Disclosure muito se diferencia da banda sueca).

No último dia 23, o duo lançou o clipe para o quinto single extraído do álbum, F For You, e, novamente, surpreendeu pelo minimalismo grandioso e contemporâneo. No vídeo, os moços brincam com cores, luzes, efeitos, fashes e imagens deles mesmos com desenhos icônicos (e já conhecidos) em seus rostos. Quem assina a direção de F For You é o coletivo Bullion (Little Boots e Metronomy).

Vem assistir porque os irmãos Lawrence querem te fazer dançar ~muuuito~:


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Review: "Meu Namorado É um Zumbi" – Perdemos a humanidade!


Meu Namorado É um Zumbi é uma adaptação do livro Sangue Quente, de Isaac Marion. O filme conta a história de R, um zumbi que adora filosofar sobre as coisas da vida (ou falta dela) e que vive num aeroporto, frustrado e nostálgico, afastado do resto da sociedade que, de certa forma, sobreviveu ao apocalipse zumbi. 

Um belo dia, R e seus amigos pensantes resolvem ir se alimentar e no meio do percurso encontram um grupo de adolescentes que procuravam por remédios fora dos limites da cidade dos humanos (separada por um muro do restante do mundo). Lá, R, que era um zumbi muito solitário, conhece e se apaixona pela bela Julie (quer dizer, não tão bela assim) que, diga-se de passagem, é a filha do cara mais poderoso do mundo, e começa a se sentir mais “vivo”. Julie inexplicavelmente vai com R até o aeroporto e passa a viver com ele dentro do avião.

Julie muda para sempre a vida dos zumbizinhos e os faz descobrir que a cura para o “Zumbismo” seria única e exclusivamente o amor. O amor ao próximo, como se diz nos mandamentos. O fato de a sociedade tê-los excluído e abandoná-los os tornavam cada vez mais “zumbis” (sim, zumbi não é um adjetivo, mais mortos?). O fato é, apesar de o filme ter uma estória legalzinha é tragicamente clichê, me pareceu um Crepúsculo Zumbi e, convenhamos, a atriz Teresa Palmer lembra muito a Kristen Stwart, até nos trejeitos, a forma que sorri, o jeito que passa a mão no cabelo e até o jeito de andar, a diferença mor é que R não brilha e nem corre pelas colinas e que a moçoila é loiríssima.


Meu Namorado É um Zumbi é uma miscelânea de elementos que te faz lembrar várias coisas enquanto assiste, mas no final mesmo você percebe que é um simples conto de fadas adolescente em que a princesa beija o sapo zumbi e ele vira um gatinho de olhos azuis e moleton vermelho.

O que salvou o filme, para mim, foi a trilha sonora. R coleciona discos de vinil (Ah, um zumbi que gosta de ouvir músicas!) para se conectar com a vida que um dia tivera. Detalhe: ele só escuta rock clássico! A trilha conta com The Black Keys, Gun's Roses, Bob Dylan, Scorpions, Springsteen e mais! Então se você busca algo que te faça pensar, não o assista, mas se quer perder horas pra descontrair, é um filme bom, um filme comum sem nada de espetacular. Eu só posso dizer uma coisa, não foram horas perdidas e até me fez pensar (um adjetivo para zumbis mais zumbis), não precisamos de um apocalipse zumbi para perdermos nossa humanidade, já a perdemos há muito tempo.  




Warm Bodies
Diretor: Jonathan Levine
País de Origem: Estados Unidos
Elenco: Nicholas Hoult, Teresa Palmer, Analeigh Tipton
Distribuidora: Paris Filmes
Ano de Lançamento: 2013
Duração: 1h 37min

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Resenha: “As Vantagens de Ser Invisível”, ou um retrato doce e singelo de toda uma geração


Stephen Chbosky pode não ter sido lá dos mais exímios roteiristas/diretores na década de 90 – quando dirigiu o fracasso The Four Corners of Nowhere –, mas em sua estreia como escritor de livros conseguiu captar a essência de uma geração que é capaz de bem resumir a nossa. As Vantagens de Ser Invisível é um retrato singelo, doce e realista da juventude que sofreu com o primeiro dia de aula no ensino médio, que via em músicas, livros e filmes as melhores fontes de inspiração, e que vivia cada segundo, independente da maneira como o fazia.

Charlie, um garoto introspectivo e observador de 15 anos, é o nosso personagem da vida real aqui. O high school sempre foi motivo de preocupação e muita pressão para Charlie, até esse dia chegar e ele ver sua vida ser transformada quando conhece Patrick – um garoto mais velho de sua turma de Artes – e Sam – pseudo-irmã de Patrick. Toda a história é contada pelo próprio Charlie por meio de cartas endereçadas a um amigo anônimo (e talvez imaginário), tão cheias de sentimentos que podem nos dar a impressão de terem sido escritas para nós leitores.
Quando chegamos ao fim do túnel, Sam deu um grito muito divertido, e foi isso. Chegamos ao centro. As luzes nos prédios e todo o resto eram maravilhosos. Sam se sentou e começou a rir. Patrick também riu. Eu comecei a rir. E naquele momento eu seria capaz de jurar que éramos infinitos.
O livro é carregado de referências a importantes escritores e bandas, como F. Scott Fitzgerald (Este Lado do Paraíso e O Grande Gatsby), e. e. cummings e Jack Kerouac (Na Estrada), bem como os Smiths e Billie Holliday, respectivamente. Bill é o principal responsável por despertar em Charlie o desejo enorme pela leitura que, além da simples condição de professor de literatura, o empresta livros e pede que faça análises destes.

As Vantagens de Ser Invisível é um daqueles livros pra guardar no coração e jamais esquecê-lo, é um livro que te faz sentir diferente. Os personagens são complexos, reais e palpáveis. A sensibilidade de Charlie ultrapassa as páginas do livro e te toca. Patrick alegra, entristece, angustia, liberta, tudo num caldeirão de sentimentos em fervor . Sam é o espelho do jovem que, concomitantemente, sabe e não sabe o que quer ou fazer. Então, dificilmente você não irá se sentir num desses retratos.

Se quer entender o ser humano da maneira mais realista, mas não crua, leia esse livro e (talvez) se sinta infinito.
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Resenha: Nicholas Sparks aponta pro romance pouco clichê, mas erra o alvo em “Querido John”


“O que significa amar verdadeiramente uma pessoa?” É essa a pergunta que dá início ao best-seller – do romancista estadunidense Nicholas Sparks – Querido John. Publicado em 2007, o livro conta a história de amor vivida entre John Tyree e Savannah Lynn, que logo é interrompida por uma simples carta, responsável pelas mudanças no destino de ambos.

O drama é narrado por John, iniciado com breves descrições de sua infância e adolescência, desde o seu envolvimento com a coleção de moedas do seu pai até seus primeiros relacionamentos amorosos na fase de rebeldia. Se vendo forçado psicologicamente a tomar um rumo na vida, John encontra no exército o meio pelo qual alcançaria o amadurecimento.

Em sua primeira licença, ele conhece Savannah, e logo se veem envolvidos. Ambos mantêm o relacionamento – mesmo tendo o exército como empecilho – até uma singela e patriota decisão de John ser o motivo de uma carta, que mudaria tudo.

Apesar de a obra ser altamente dosada em clichês, Nicholas Sparks consegue envolver o leitor aos personagens, por meio de uma linguagem simples e acessível, fazendo com que sintamos desde o prazer de John ao perceber que seu amor por Savannah era recíproco, até sua dor e angústia ao se ver impedido de tê-la novamente.
[...] finalmente compreendi o que o verdadeiro amor realmente significa. Tim havia me dito, e me mostrado, que o amor significava pensar mais na felicidade da outra pessoa do que na própria, não importa quão dolorosa seja sua escolha.
Uma sucessão de fatos – bem colocados aqui por Sparks, porém tão previsíveis – levam John a responder à pergunta feita na abertura do livro, a partir do momento em que toma uma difícil decisão pelo seu único e verdadeiro amor.

É preciso dar créditos, ainda, ao autor pela maneira como trata a Síndrome de Asperger e as relações comparativas entre o Autismo. Sparks utiliza-se da sensibilidade, sua maior arma, e quase triunfa, não fosse os rodeios que circundam todo este núcleo da narrativa.

Apesar de não ser muito conhecedora de sua obra, Nicholas Sparks, em sua maioria, segue a mesma linha de Diário de Uma Paixão, um de seus primeiros romances. Assim como Querido JohnUm Amor para Recordar e Um Homem de Sorte conseguem ser tão semelhantes que parecem se originar entre si, como se fossem subtramas iguais, porém com personagens e ambiente diferentes.

Mesmo não sendo surpreendente, capaz de deixar seus leitores boquiabertos, Querido John não chega a ser tediante e é uma boa ocupação quando não se tem algo mais importante a fazer.

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Review: "A Vida de Adele", ou azul é a cor mais quente


Baseado na história em quadrinhos de Julie Maroh, Le Blue est une Couleur Chaude, o filme que levou o prêmio Palma de Ouro no Festival de Cannes desse ano foi um dos favoritos de muitos, A Vida de Adele do diretor Abdellatif Kechiche, com Adele Exarchopoulos no papel principal.

O filme é um drama que explora a níveis muito profundos o despertar sexual de uma adolescente dentro de seu relacionamento com seu primeiro grande amor, que dá base ao foco de todo o enredo. Vemos Adele aos 16, até seus 20 e poucos anos, quando ela tenta carreira como professora.

Adele é inteligente e estudiosa, gosta de ler e tem seus casinhos com alguns garotos de sua sala. Ela inclusive tem uma quedinha por um deles, e é a caminho de um encontro com este que ela troca um olhar com uma garota de cabelos azuis, Emma (Léa Seydoux), por quem se apaixona de cara, e é com ela que tem o relacionamento que é o foco narrativo do filme.

Apesar de ser um filme sobre um relacionamento homossexual, é válido afirmar que todos os pontos explorados podem se encaixar em qualquer relacionamento, assim como qualquer pessoa pode assistir o filme e apreciar esta obra-prima moderna.


O que mais chamou atenção e, consequentemente, o que mais causou polêmica no filme foram as longas cenas de sexo explícito entre as duas amantes. Ênfase em “longas”. Alguns críticos chegaram até a dizer que a duração destas cenas tiraram um pouco o foco da história e do envolvimento sentimental com o relacionamento das duas para uma visão mais carnal daquele momento, que apesar de tudo era importante para a vida de Adele por ser sua primeira vez com alguém por quem ela estava perdidamente apaixonada.

Outro ponto interessante do filme é a visão que ele nos dá de algo tão real, embora tão artístico, que é, novamente, o relacionamento tratado durante grande parte dele. Há quem veja filmes apenas como uma maneira de entretenimento, para fugir da realidade, e esquecer um pouco dos problemas ou da vida no mundo real. Mas filmes como este nos fazem lembrar o real motivo pelo qual gostamos de cinema. Eles nos dão a incrível oportunidade de viver outras vidas, tão parecidas com as nossas, mas ao mesmo tempo tão distantes. Os sentimentos de Adele são tão reais, sua insegurança, seus momentos de descobrimento, sua dor e sua alegria são tão vívidos e tão fáceis de identificar, que repensamos e nos perguntamos novamente “por que gostamos tanto de cinema?”, lembrando das palavras de Oscar Wilde: “A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida.”

O veredito final foi de que o prêmio Palma de Ouro para A Vida de Adele foi, sem sombra de dúvidas, merecido, segundo quase todos os críticos e jurados presentes. As duas atrizes que atuaram nos papéis principais também levaram o prêmio, evento inédito no Festival. Nos resta agora esperar para assistir aqui no Brasil e ver se causará polêmica aqui também.





La Vie D'Adele
Diretor:  Abdellatif Kechiche
País de Origem: França
Elenco: Léa Seydoux, Adèle Exarchopoulos, Aurélien Recoing
Distribuidora: -
Ano de Lançamento: 2013
Duração: 2h 55min


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Review: O sonho de liberdade e fronteiras abertas em “Uma Garrafa no Mar de Gaza”

No mar de Gaza é lançada uma garrafa com uma carta cheia de questionamentos sobre os conflitos entre israelenses e palestinos. Tal (Agathe Bonitzer), uma garota de 17 anos, queria entender o que leva essa população da mesma origem étnica a se rebelar uns contra os outros. Nessa perspectiva, a jovem levanta tais questões: quem será a próxima vítima? E se fosse você? O que faria hoje se soubesse que sua vida acabaria amanhã? E se seu pai, sua mãe, seu namorado e sua melhor amiga morressem de uma hora para outra? Diante disso, depois de ter lançado a garrafa ao mar, ela tem a esperança de obter essas respostas para suas perguntas, seus anseios e sua história.

O filme começa a desenrolar quando a carta é encontrada em terras palestinas. A princípio, a atitude de Tal soou estranha para o grupo que encontrou a carta, mas com o tempo a relação entre eles vão criando laços, agora falando de forma geográfica são apenas 60 milhas que os separam. Por outro lado, o histórico de guerra entre os dois povos é a maior barreira enfrentada por estes. Apesar do desejo mútuo de paz para ambos os lados, porém os extremistas buscam a paz de forma radical, assim as pessoas se acostumam com os atentados, morrer ou não acaba se tornando uma questão de sorte ou azar.


Por que as pessoas se vestem de explosivos, escolhem um lugar, olham para suas vítimas, sabendo que irá morrer a poucos segundos, qual o sentido disso? Será que eles não conseguem saciar sua sede de sangue? Por que é tão difícil cada povo aceitar e respeitar as questões culturais específicas de cada nação? Tenho mais perguntas do que respostas, ainda penso que a melhor forma de evitar conflitos é através do diálogo, mas será que palestinos e israelenses estão dispostos a dialogarem? O problema é que a guerra vai para todos e inocentes acabam pagando um preço muito alto por uma batalha que não é deles.

Thierry Binisti conseguiu narrar de forma sensível e sem apelação os conflitos existentes entre israelenses e palestinos, trazendo um novo olhar sobre as divergências de ideias, mostrando que cada cidadão só quer viver em paz e sem medo, acreditando nos sonhos de fronteiras abertas, uma vida normal, sem medo do que possa acontecer no presente ou no futuro.







Une Bouteille à la Mer
Direção: Thierry Binisti
Elenco: Agathe Bonitzer, Mahmud Shalaby, Hiam Abbass
País de Origem: França/Israel
Distribuidora: Europa Filmes
Ano de Lançamento: 2011
Duração: 1h 39min

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Miley Cyrus rebola como uma funkeira em clipe insano de "We Can't Stop"


Que uma festa é sempre muito louca ninguém pode negar, mas Miley Cyrus fez questão de mostrar que a loucura, sensualidade e insanidade andam juntas (mais precisamente de bundas coladas). O clipe de We Can’t Stop, primeiro single do novo álbum da cantora, foi lançado nessa quarta-feira (19/06) e traz uma Miley muito, mas muito ousada mesmo e disposta a não somente mudar seu conceito de menina comportada, mas também de ter passagem garantida para a casa das coelhinhas (ou melhor, das funkeiras e rappers).

No vídeo, a diversão é o que importa independente de caveiras de batata frita serem chutadas, garotas dançando com ursinhos de pelúcia gigantes ou um bexigão em forma de garrafa de cerveja soltar vários charutos (ou salsichas e panquecas). Nada faz muito sentido na produção, mas merece destaque por simplesmente ser insano assim e abusar de conceitos criativos - da diretora Diana Martel -, como estar deitado em vários pães de forma (e comê-los no modo “bêbadasso”), fingir que cortou os dedos ou comer um pão recheado de notas de dinheiro. Mostrando a língua a cada 10 segundos, Miley conseguiu dar vida a sua música de festa (mesmo que tenha sido de um jeito vid4-loka-eu-só-quero-é-curtir-ao-estilo-twerking).


Vem cá ver (e aprender a como rebolar deitado em cima de uma cama):


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Review: “Velozes & Furiosos 6” se rende aos artifícios dos filmes de ação (Mas quem disse que isso é ruim?)


Já é de se acostumar que filmes de ação abusem constantemente de cenas de tirar o fôlego em câmera lenta em situações, praticamente, impossíveis, onde a típica frase “Só em filmes mesmo” é conotada usualmente pelos espectadores. Apesar de Velozes & Furiosos 6 continuar adotando essa medida, a franquia tem mostrado que um roteiro bem arquitetado aliado a cenários e situações que agradem o público é a melhor receita para uma produção hollywoodiana digna de boas críticas e lucro de milhões.

Enquanto os primeiros longas-metragens apresentam um visual mais de periferia – em que os rachas entre carros ocupam a linha principal da trama -, suas continuações já começam a procurar estabelecer elementos da base de ação, com várias explosões, lutas e saltos que qualquer teoria de relação duvidaria. Após fazerem um grande estrago nos cofres do Rio de Janeiro (nota-se a presença de sarcasmo na inigualável segurança do Brasil), o grupo de Dominc Toretto (Vin Diesel) é recrutado novamente – com chamadas de desperdícios de dinheiro (quem não queria estar lá quando Tej soltou as várias notas de dinheiro do caixa eletrônico?!), curtição pacífica e momentos familiares –, a pedido do inabalável policial Luke Hoobs (The Rock), para tentarem deter o ambicioso e perigoso Shaw (Luke Evans). No entanto, o fato de Toretto ter aceitado a missão parte da premissa de que Letty (Michelle Rodriguez), que teve atestado de óbito “confirmado”, pode realmente estar viva.

É óbvio que para conseguir manter o foco de fãs assíduos da franquia e já ter a chance de atrair outros, as cenas cômicas não poderiam ficar de fora. Elas são até mesmo bem previsíveis e nada muito exorbitantes, mas não há como negar que atingem alguns risos do público nos momentos mais propícios. Outro ponto forte se dá ao modo como é trabalhado todo o enredo das produções anteriores, apegando-se bastante as vivências em desenvolvimento das ações dos personagens, que evidentemente é uma jogada até certo ponto arriscada, mas que fornece mais credibilidade a esses furiosos, afinal já se perde as contas de quantas continuações se perderam ao tentar alcançar tramas distintas e totalmente desvinculadas do original.


O vilão foi muito bem projetado nas telas por Evans, que soube interpretar todas as ânsias e criar o clima de ameaça e de “estar sempre um passo a frente”. Os apetrechos tecnológicos usados por ele foram de suma importância para condizer ainda mais com o ar misterioso e superior descrita pelo personagem de The Rock, afinal de contas qual seria o grande motivo de um policial chamar um grupo “da pesada” para tentar capturar um vilão meia-boca? Só em más sequências mesmo, o que não é o caso desse. Com carros que vão desde o luxuoso até o potente no nitro, o digamos “alimento” de todos os filmes está melhor do que nunca, principalmente levando em conta as novas comodidades e acertadas precisão de curvas. Vale ressaltar a participação especial de Ritinha Ora (Era para ser Rihanna, mas como não deu para agendar... Coincidência ou não chamar Rita?), que com suas caras e bocas, deu a largada no racha entre Toretto e Letty.

Por fim, Velozes & Furiosos 6 se define com bem mais personalidade do que muitas pessoas e ainda imprime essa essência de sua trama muito bem elaborada pelo diretor Justin Lin e do roteirista Chris Morgan, fazendo uso de uma boa fotografia (filmada na Espanha, Londres e Rússia) e arte conveniente com as expectativas. Agora só nos resta esperar pelo 7, que já vem até prometido na cena extra e apresentando Jason Stathan como vilão. Esperamos que essa nova sequência seja tão grande quanto a pista de avião da base militar russa!






Furious 6
Diretor: Justin Lin
País de Origem: EUA
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson
Distribuidora: Universal Pictures
Ano de Lançamento: 2013
Duração: 2h 10min

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Alicia Keys é vedete e cantora de barzinho no clipe da deliciosa “Tears Always Win”


Que é sempre um deleite ver Alicia Keys encarnando impecavelmente algum personagem (ou ela mesma) em seus clipes não podemos negar. Deleite maior ainda é assistir a esses vídeos frequentemente, com um intervalo muito curto entre um e outro, e isso ela sabe fazer MUITO bem (a moça é uma verdadeira fábrica de clipes!). Ela, que no mês passado liberou dois clipes (New Day e Fire We Make) numa mesma semana, lançou Tears Always Win como single e não muito tardou para que a versão audiovisual também fosse pro Youtube.

A canção, composta por Bruno Mars, é, talvez, uma das mais deliciosas do álbum por sua levada R&B mais intensa, combinada tão bem aos vocais únicos de Alicia. No clipe, lançado ontem (dia 14), a moça aparece como vedete de um programa de entretenimento e cantora de barzinho numa Los Angeles (?) contemporânea e noturna, e esbanjando sensualidade, como sempre faz.  Keys passeia tranquilamente por cenários, batidas e situações adversas, o que só tem afirmado seu título de rainha do R&B/Soul.


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Bruno Mars volta com tudo aos anos 80 com o clipe de “Treasure”


Se tem um artista da atualidade que realmente nasceu na época errada, esse é sem dúvidas o Bruno Mars. Não é de hoje que o cantor investe num visual mais antigo – é só ver os próprios clipes de Locked In The Dark e When I Was Your Man -, porém podemos dizer que ele se superou em tentar trazer as típicas distorções de imagem e peculiares cenas de movimentação rápida de câmera no (ótimo) clipe de Treasure.

E aqui mais vez Mars chama sua trupe do barulho para participar da produção audiovisual, que descola até uns passinhos de dança. É tão incrível perceber como ele fez uso dos apetrechos tecnológicos de hoje para transformar no passado, como as luzes ofuscando as cenas com seu brilho, o fundo colorido e do universo na baixa habilidade com o Chroma, o formato 4:3 da tela e até mesmo a qualidade do vídeo (que só pode ser visto no YouTube em 480p). A música por si só já é bastante sólida nos instrumentos e apresenta mesmo aquela sensação do que se costumava cantar nos versos com rimas fáceis, ousadas e meramente sensuais.

Venha ver (Bruno e seu tesouro de desejos):



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Review: Não tem ressaca que aguente “Se Beber, Não Case! Parte III”


Se você riu e se divertiu no primeiro filme e teve uma ressaca de desgosto no segundo, é bem provável que em Se Beber, Não Case! Parte III os sintomas se repitam com uma dose de risadas forçadas e cansaço dos acontecimentos. É verdade que o diretor Todd Philips tentou imprimir a melhor caracterização de seus personagens, porém o resultado foi inverso e deixou alguns bem mais sem graça do que deveriam – a começar pelo tão simpático, louco e desumano Alan (Zach Galifianakis).

Enquanto o trailer praticamente evidencia cenas que são interpretadas como bem engraçadas, o contexto deixa a desejar e contribui para o desalinhamento de mais uma aventura do bando de lobos – agora já desgastados pelo cotidiano dos casamentos. Stu (Ed Helms) já não é mais o dentista inseguro e cheio de conflitos com as pessoas que conhecemos e Phil (Bradley Cooper) deixou de ser o galã insensato e despreocupado com a vida, e embora isso seja um ponto positivo para a evolução dos personagens, torna-se um dos furos do roteiro, que tenta investir nos mesmos casos banais e soluções rápidas – sem um motivo eminente para cada situação. A questão de sequestro foi altamente usada nos filmes anteriores e, dessa vez, vira o alvo de toda a trama, afinal para quê serve o Doug (Justin Bartha) do que para ser pego pelos chefões da máfia?!

Lembrando que agora não tem casamento nem ressacada – para deixar sem sentido o próprio título original e o brasileiro -, mas tem um Chow (Ken Jeong) que foge da prisão e talvez esteja nesse momento que temos uma das cenas mais épicas e deslumbrantes da trilogia, por trabalhar com o humor de forma irreverente e sem ser forçado – sem mencionar a rebelião muito bem arquejava nas expressões dos rotos dos detentos e do tal diretor do lugar.


Quando Alan finalmente aparece e conduz a morte repentina de seu pai, seus amigos (ou não) tentam realizar uma intervenção para que ele encare seus problemas - pessoais, emocionais, mentais e vai saber mais o quê! -, que é (inesperadamente) aceito, porém a caminho da nova jornada de Allan, eles são jogados para fora da estrada pelos capangas de Marshal (John Goodman), um mafioso que exige que eles encontrem Chow para poder recuperar suas barras de ouro roubadas – que desencadeia em fatos que surgem desde o primeiro filme. A partir daí, esse bando de lobos tem um prazo para entregar seu fugitivo de olhos puxados favorito, que se esconde desde Tijuana, no México, até Las Vegas. Aparentemente, o roteiro apresenta uma boa proposta, mas que não atinge o ponto mais explorado da saga: a comédia. Contudo, a fotografia e posições de câmera continuam sendo as melhores jogadas da edição, que não se opõem em relação aos baixos índices de risadinhas soltadas ao longo das horas de exibição.

Esperamos um final épico do filme cômico recordista de bilheterias, mas infelizmente tivemos mais uma má sequência de uma narração tão atrativa para o público. A única gargalhada fiel ocorre apenas no final do filme, mais precisamente na cena extra que vem após a parte inicial dos créditos. Contrariando os argumentos citados acima, o diretor Phillips não desmerece nenhuma congratulação, afinal, por mais que tenha sido uma investida que não deu muito certo, ele foi inteligente e ousado em tentar ocasionar novos acontecimentos para o enredo além da típica ressaca de sempre. A 3ª aventura de Se Beber, Não Case! não foi das melhores, mas garantiu uma mudança de direção para os personagens – que vai além de bebedeira, palavrões e constrangimentos sexuais.





The Hangover Part III
Direção: Todd Phillips
País de Origem: EUA
Elenco: Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis
Distribuidora: Warner Bros.
Ano de Lançamento: 2013
Duração: 1h 40min

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Review: "Amor Pleno", não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar

Quando comecei a assistir Amor Pleno, logo o associei ao filme Árvore da Vida, ambos dirigidos por Terrence Malick e sua marca espiritual, introspectiva e busca sobre o entendimento do ser.

O filme nos conta a história de Neil (Ben Affleck), um jovem que vai a Paris e conhece Marina (Olga Kurylenko), depois de algum tempo os dois resolvem voltar aos Estados Unidos e viver numa cidadezinha no interior de Oklahoma, onde Neil mora e trabalha. Os dois passam a viver juntos, entretanto a vida não os ajuda muito em meio a tantas reflexões e desentendimentos, Marina volta a Europa e Neil reencontra uma antiga paixão, mas descobre que Marina de fato era o amor de sua vida, então ela retorna, contudo as consternações voltam a ocorrer em sua vida conjugal.

Amor Pleno é um misto de sentimentos a flor da pele, os pensamentos são expressos por sussurros, o filme é genuinamente visual, cenas e diálogos quebrados nos levam a uma série de reflexões. Não há porquês, apenas ações concebidas por meio de pensamentos. As cenas de amor são expressas em campos, campos vazios, jardins ou cômodos vazios, com os amantes correndo de um lado para o outro num vai e vêm inesperado, as casas são vazias, há poucos móveis e isso, expressa toda a tristeza daquele casal que não sabe muito bem que caminho trilhar, que estrada seguir.

O filme contém uma belíssima fotografia que por si só já é uma obra de arte, belos cenários e vestimentas sugestivas, com cenas curtas, além de cortes abruptos, inesperados e secos, através do filme, observamos a fragmentação da vida aos olhos de Malick, as imagens parecem mais uma dança bem estruturada contrastando os belos cenários cinzentos e vazios com a profundidade encontrada na atuação de cada personagem que não são compostos por dramáticos exagerados. A clareza nos pensamentos e as expressões conseguem dar vida ao invólucro emocional que cada um esconde dentro de si, como se estivessem em meio às tribulações de uma vida real onde o eu esta em conflito consigo mesmo. Além disso, o filme ainda ganha pontos com sua trilha sonora de Hanan Townshend que consegue dar sentido e completar as cenas de forma que elas não se tornem melodramáticas, clichês e convencionais.

Talvez o filme não atraia de fato os olhares de todas as pessoas e com certeza nunca se tornará um blockbuster, sua natureza não é e nunca será se tornar um deles, o filme parece mais um fruto de todas as dúvidas, inquietações que Malick possui a cerca do amor e também do relacionamento do homem com Deus. É praticamente impossível diante de tantas imagens utilizadas como meio de linguagem não se envolver com filme de forma que o telespectador quer saber o que se passará a seguir.

O filme trata do Amor de forma incondicional, o amor que Marina esperava encontrar em Neil, um amor que não se mede, feito o amor que alguns têm por Deus, o diretor e roteirista trabalha o amor em sua forma mais sublime e pura. Neil, no entanto permanece quieto e introspectivo e parece ter medo de criar com Marina qualquer vínculo afetivo profundo e duradouro.


Em meio há tanto sofrimento ainda acompanhamos a vida de Padre Quintana que esta passando por uma crise de fé e não consegue enxergar o menor sentido em tudo aquilo que faz e que prega, tenta recorrer a Deus, mas tudo que consegue é apenas o silêncio esmagador e angustiante. A sua busca incessante por um contato com o divino, acaba o colocando num vazio existencial gigante, ele tenta de todas as formas suprir ou preencher este vazio, mas não consegue de forma alguma. Isso o leva a uma serie de questionamentos a respeito do amor divino. Se deus é amor porque ele se esconde? E porque deus não se compadece de todo sofrimento que há no mundo? E de certa forma, qual a razão de experimentarmos um vazio tão grande que habita nossa alma e toma conta de nosso ser de forma a perambular os piores pensamentos que possa existir em nossas mentes?

Os diálogos do filme se entrelaçam à medida que as ideias expostas através de pensamentos vão ficando cada vez mais claras, enquanto Marina e Neil não conseguem o tão sonhado amor que se espera Padre Quintana não encontra (por mais que procure) o amor de um Deus que talvez nem exista (ou exista estamos falando em possibilidades), a questão é que ambos esperam um amor recíproco, porém este não é correspondido com tal intensidade ardente. Talvez o diretor queira mostrar que quando amamos alguém nos tornamos tão fracos de tal forma que passamos a ver naquela pessoa uma espécie de divindade e esperamos que esta nos veja da mesma forma, mas nem todos são capazes de sentir o amor tão profundamente, e isso é projetado dentro de nós mesmos, ou na natureza e pessoas que nos cercam.

Amor Pleno não trás as respostas que buscamos, mas incita novos questionamentos a respeito do amor, um amor que não existe mais que procuramos, procuramos, mas  não encontramos, as pessoas não se amam mais, abandonaram seus princípios suas vontades, em função de algo que nem mesmo elas sabem o que é. Aqueles que buscam ao longo de sua vida experimentar o amor pleno não devem esperar recebê-lo de ninguém, antes deve ofertá-lo a aquele que não pode dar-lhes nada em troca.  O filme vem tocar no íntimo espiritual de cada ser humano, afinal quem nunca amou? Como diria Schopenhauer, o amor é o objetivo último de quase toda preocupação humana; é por isso que ele influencia nos assuntos mais relevantes, interrompe as tarefas mais sérias e por vezes desorienta as cabeças mais geniais.

O filme é pura arte filosofia. Um filme para ser refletido, discutido e apreciado, e seu valor artístico deveria ser reconhecido por todos, porém este não é um filme para todos os tipos de telespectadores, portanto não vá assisti-lo esperando encontrar algo comum. Terrence Malick constrói uma narrativa semiótica que capta o indizível e é dotado de um detalhismo que quase chega a perfeição, cada parte que compõe todo o filme é cheia de significação e sentido, constituídas por simbolismos, metáforas e rimas visuais. Em suma Amor Pleno é indicado para que aqueles que possuem tamanha sensibilidade, e não vá assisti-lo esperando encontrar uma narrativa linear ou um romance convencional, eu não ousarei aqui a dizer quais de vocês possuem tal prestígio apenas deixo minhas opiniões e espero que assistam e tirem suas próprias conclusões.









To The Wonder
Diretor: Terrence Malick
País de origem: EUA
Elenco: Ben Affleck, Olga Kurylenko, Rachel McAdams
Ano de lançamento: 2012


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Carrie Underwood canta a esperança pelo reencontro em clipe de “See You Again”


É quase um disparate dizer que Carrie Underwood é apenas mais uma cantora country da atualidade ou mais um produto do American Idol. A moça que surpreendeu com toda a super produção de Two Black Cadillacs (última até então), liberou no último dia 05 o clipe para a emocionante See You Again, quarto single extraído do Blown Away. Assim como a canção, a versão audiovisual pode arrancar lágrimas (ou quase uma, como aconteceu com essa que vos escreve), já que é uma homenagem às vítimas do furacão Oklahoma que devastou a cidade norte-americana de Moore no mês passado.

O vídeo é recheado de cenas de reencontros de famílias de soldados que retornam da guerra, momentos felizes e tristes, de pessoas que esperam e anseiam pelo reencontro (mesmo que espiritual), batismos, bandeiras... Mesmo o cunho nacionalista por trás de algumas raras cenas (o que dificilmente lhe incomodará), o clipe mantém o mesmo nível e qualidade da safra extraída do Blown Away, reforçando como Carrie consegue ser uma figura diferente – e adequar o meio à situação – a cada canção escolhida como trabalho de divulgação.

Vem que tá lindo, fofo e emocionante:


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O puro primeiro amor em clipe de “Everything Has Changed”, da Taylor Swift com Ed Sheeran


Não resta dúvidas de que uma das músicas mais bonitas e inspiradores do repertório de Red é Everything Has Change. Os versos na voz de Ed Sheeran caíram como uma luva para preencher ainda mais de sentimentos a música de Taylor Swift e seria um erro quase imperdoável não transformá-la em single. E aqui estamos com o clipe mais que bem feito da faixa, que faz uso de crianças para representar os artistas (que fofura! Quem se candidata a ir apertar as bochechas?).

E se vocês pensam que a mini Sulfite é bobinha e muito infantil, se enganam! Descobrimos que desde aquela época, a cantora já dava suas paqueradas e se escondia nas cabanas com seu “amorecos”. O clipe não mede esforços para mostrar como o amor na infância é puro, singelo e também um pouco safadinho (ainda mais porque ninguém sabe como funcionam as coisas!). Seja dançando na quadra da escola, brincando na frente do espelho (com batom e giz de cera) ou mesmo passando um tempo juntos dobrando folhas, o importante é viver esse primeiro amor. E no final, ficamos surpresos (ou não) com os papais deles, que demonstram também terem sido o primeiro amor um do outro no "prézinho" (ou mais para frente!).

Vem cá ver - e relembrar suas paixonites na escola:


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Os clipes do mês de Maio que passaram despercebidos por aqui


A gente já fez isso aqui uma vez e nada como um período de reformas (sim, o blog volta hoje lindo, loiro e cheiroso!) de quase um mês pra nos obrigar a fazer novamente. Enquanto a gente mexia em HTML pra cá, em Photoshop pra lá, a internet era bombardeada por ótimos (outros nem tanto assim) clipes – teve de Sara Bareilles a NX Zero! E por isso, pra não deixá-los de lado aqui no blog, resolvemos voltar deste período looongo – mas prazeroso – com todos os clipes lançados no mês de Maio (e de quebra a gente mostra pra você o que achamos de cada um). Dá só uma conferida:

Dear Darlin’ – Olly Murs (12/05) [por Amanda Prates]

Olly Murs já bancou o garanhão sedutor que persegue a mocinha desastrada por onde ela vai em “Troublemaker”, se duplicou dezenas de vezes e recrutou seu próprio exército de si mesmo em “Army of Two” e agora quer te mostrar seu lado sensível em Dear Darlin’, seu mais recente single – o terceiro extraído do álbum Right Place Right Time – que ganhou clipe no início do último mês. A canção foi composta pelo próprio Murs e co-composta por Ed Drewett, conhecido por seus trabalhos com The Wanted e Professor Green.

No vídeo, o britânico reflete sobre um relacionamento fracassado e os bons e maus momentos vividos com sua ex-namorada.  As cenas que se confundem entre o passado e o presente do casal mostram um Olly Murs mais maduro e sensível ao ponto de te fazer acreditar que ele realmente se inspirou em algum momento marcante de sua vida (tanto na letra como na própria interpretação no vídeo).

Ele, que vem ganhando mais espaço e reconhecimento em terras americanas, deve iniciar em muito breve uma nova turnê pelo Reino Unido, desta vez em parceria com Diana Vickers.


Brave – Sara Bareilles (14/05) [por Amanda Prates]

Eis que a cantora/compositora mais incrível do meio pop/soul volta e lança o clipe mais divertido do ano! Sim, nós estamos falando de ninguém menos que Sara Bareilles! A moça que há mais de três anos não lançava disco novo (desde o Kaleidoscope Heart), decidiu dar continuidade ao EP do ano passado, Once Upon Another Time, e divulgar Brave como primeiro single do novo álbum que já tem nome e data marcada: The Blessed Unrest, o quarto trabalho de estúdio com lançamento previsto para 16 de julho próximo.

No clipe, dirigido por Rashida Jones, Sara e outros personagens da vida real aparecem e surpreendem ao começar a dançar, do nada, no meio da rua, do restaurante, do shopping, da biblioteca... e por aí vai, até atraírem pessoas para a “causa”. Além de arrancar boas risadas de quem assiste, o vídeo consegue traduzir com maestria a mensagem de motivação da canção e, claro, traz Sara Bareilles em boas doses pra matar a saudade.

Love Somebody – Maroon 5 (21/05) [por Léo Balducci]

Se Daylight não se deu muito bem nas paradas, é a vez de Love Somebody tentar restaurar o bom trabalho com o repertório de Overexposed. Assim, o Maroon 5 tratou logo de divulgar o clipe, dirigido por Rich Lee, todo inspirado em Ghost à lá Demi-Moore-no-barro.

Logo somos introduzidos ao Adam Levine, que se torna o Homem Invisível (do Chaves? Quem dera!), que tem suas formas aparecendo conforme ele mesmo vai se modelando na tinta azul. Num clima bem sexy, ele também vai formando a sua amada enquanto os integrantes de sua banda (também com falta de tinta para formarem algumas partes de seu rosto) vão seguindo a batida da tinta, quer dizer da música. Não é nada futurístico nem muito abstrato, apenas simbolismo da sensação de ser o complementar de seu amor e, mesmo com esse clichê barato feat. Brega, temos uma produção até bem aceitável no conceito tinta azul no meu Chroma verde.

My Favorite Girl – P9 (26/05) [por Léo Balducci]

Pegando carona no movimento de retorno das boybands, os garotos do P9 parecem estar bem preparados para enfrentar o mercado internacional e a prova disso está no clipe de My Favorite Girl, primeiro single dos caras. Criado numa fórmula bem proposital de hit, a música tem um refrão bem chiclete (que pode sim grudar na cabeça dos gringos), mas eles terão que se esforçar bastante para conseguir alcançar o estrelato nos States (principalmente, nesse verão do hemisfério norte). Visualmente a produção é bem feita, reunindo cenas editadas numa boa fotografia que parte desde andando pelas ruas das favelas do Rio até surfando e curtindo com a galera numa pista de skate. Como se trata de Brasil, não dá para apontar nada, porém o caminho pode ser promissor - pra quem sabe fazer um P com o 9.

Chloe (You’re The One I Want) – Emblem3 (27/05) [por Léo Balducci]

Saindo do The X Factor e usando seu estilo praiano (só no boné e nas tocas), o Emblem3 finalmente lançou o primeiro single (já conhecido pelos espectadores do reality) de seu álbum de estreia, administrado pelo empresário e (queridinho da Demi) Simon Cowell. Não muito diferente do que a maioria das boybands – ou grupo, pois é assim que gostam que os chamem – costumam abordar em seus clipes de “inauguração”, contando uma estoriazinha bem modesta (e com bullying). Cada garota que se sentia ofendida ou ignorada, ganhava um bottom com o nome da música – e dava direito a assistir ao show deles.

Por sua vez, os garotos só badernavam no camarim e empurravam um ao outro na frente das câmeras. A música até que boa, a produção também, só que não temos tanta confiança assim na escolha como um primeiro single, que deveria explodir na boca do povo. De qualquer modo, está bom, está digno e dá para curtir legal enquanto esperamos pelo Fifth Harmony (sem estresse, por favor, né!).

Wild – Jessie J (28/05) [por Amanda Prates]

Há muito ansiávamos pela divulgação de algum trabalho para dar início às divulgações de um novo disco e, depois de pouco mais de dois anos, eis que Jessie J anuncia o lançamento de um novo single e, em menos de 24 horas para a liberação oficial, cai na internet canção e clipe juntinhos de Wild, provável primeiro trabalho do futuro novo disco (ainda sem nome e data de lançamento revelados).

O vídeo, sob direção de Emil Nava, é todo P&B e traz Jessie toda selvagem (sem trocadilhos, pfvr) ao lado dos rappers Dizzee Rascal e Big Sean sensualizando frente a uma câmera numa salva vazia... e só. Não fosse pela qualidade da canção – que traz uma pegada mais eletrônica e os vocais excelentes característicos a Jessie –, não muitas fichas seriam apostadas para o retorno da cantora inglesa. Ausência de criatividade à parte, Jessie J sabe bem como permanecer entre as grandes vozes do meio pop.

People Like Us – Kelly Clarkson (28/05) [por Amanda Prates]

Aproveitando o espaço de inéditas do Greatest Hits: Chapter One, Kelly Clarkson lançou People Like Us como single e dele fez um clipe no mínimo bizarro (pra não dizer decepcionante e chorar lágrimas de crocodilo). A moça, na esperança de obter a mesma reposta por Catch My Breath (posições na Billboard de fazer inveja a Dark Side), fez do clipe propaganda descarada da Nokia e BMW.

No vídeo, Clarkson aparece como uma cientista num mundo em preto-e-branco que, ao lado de outros cientistas, examinam uma garota colorida. Mas, encantada pelo excesso de cor, decide fugir com a “menina anormal”, com direito a uma corrida ao estilo vídeo-game (e exibindo, como quem não quer nada, a logo da famosa montadora de automóveis). Como inspiração pra os que vivem “apagados”, o clipe é uma bela mensagem de que só um Nokia amarelo e uma BMW vermelha de último design pra colorir nossa vida. Mais sorte e menos apelação pra ex-American Idol da próxima vez.


Ashtrays & Heartbreaks – Snoop Lion ft. Miley Cyrus (30/05) [por Léo Balducci]

O nosso querido (ou não) Snoop Dogg (agora Lion, mas também Dogg! Está confuso!) continua investindo em seu reggae na “vibe-vida-loka-2.0” e lançou o clipe para Ashtrays & Heartbreaks, sua parceria com Miley Cyrus – que está na promessa de seu novo single We Can’t Stop. Enquanto vemos um Snoop bem descontraído, temos uma Miley bem largada como uma rapper-$uja (que roupão branco é esse?) no clipe, que aparece mais pombas do que os próprios artistas. É digno pensar que eles resolveram tratar da vivência do subúrbio, extraído típicas cenas de uma vida simples – que é nada mais do que fumaças e vidros embaçados -, mas ficamos com a impressão de sempre querer algo mais além do 4:20 do Snoop-Dogg-Lion. Dá para viajar legal na câmera lenta e detalhes de alguns objetos, mas só isso. É, não foi dessa vez que nossos cinzeiros viraram corações-quebrados!

Counting Stars – OneRepublic (31/05) [por Amanda Prates]

Ryan Tedder é, talvez, um dos produtores/cantores/músicos mais geniais da última década e, por enquanto, está bem longe de deixar de ver seu nome ser citado entre as melhores produções musicais do momento. Com Feel Again, o OneRepublic anunciou seu retorno com o trabalho de inéditas Native (lançado em Maio), depois de um hiato de quase quatro anos. Como terceiro single, Counting Stars ganhou clipe no último dia 31, só pra reforçar a prodigiosidade do líder da banda.

Sob direção de James Lees, o clipe mostra um OneRepublic mais pop e satírico do que nunca. Enquanto a banda canta e dança num porão, acima deles um culto de “descarrego” – que mais parece uma festa estranha – é realizado, até o teto desabar com um senhor. A culpa disso tudo ou é da infiltração ou do jacaré que desfila pelo porão nos quase cinco minutos de clipe.

Simplicidade na medida certa, elementos que, deixando a brincadeira da infiltração e do jacaré de lado, dão representações e significação à sátira e o pop eletrônico tão bem arranjado fazem deste, sem generalizações, um dos melhores clipes da banda, ao lado da canção dentre as demais do Native.

It Don’t Mean Thing – Matthew Morrison (31/05) [por Amanda Prates]

Se você, assim como essa que vos escreve, achava que Matthew Morrison ficaria apenas no debut album, saiba que estávamos redondamente enganados. O tão amado Mr. Shue de Glee anunciou recentemente seu novo álbum de inéditas, Where It All Began (lançado no último dia 04) e, há pouco mais de uma semana, liberou na web o clipe para o primeiro single. Ao contrário do primeiro trabalho auto-intitulado, It Don’t Mean Thing e todo o novo disco fazem a linha jazz de raiz e trazem um Morrison dos palcos da Broadway. No clipe, o moço é a felicidade em pessoa (alou Michael Bublé!) enquanto desfila pela calçada e corteja belas mulheres. Lá pela metade do vídeo, Morrison e um grupo de dançarinos fazem um número de dança (como se num flash mob).

A canção e todo o álbum são, na verdade, regravações de clássicos da Broadway e do West End, como homenagem ao começo da carreira de Morrison nos teatros. O moço que, desde Glee já vêm conseguindo mostrar sua versatilidade e facilidade em passear entre diferentes estilos, prova com este clipe porque sua imagem é quase indissociável dos palcos teatrais.

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